22 de Novembro de 2024

Os 7 Estados que podem decidir eleição nos EUA


A eleição presidencial americana de 2024 acontece nesta terça-feira (05/11) e as atenções se voltam para sete Estados que serão decisivos na disputa.

As pesquisas de intenção de voto mostram a possibilidade de um resultado extremamente apertado entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.

A lista de Estados onde a disputa é decisiva varia em cada eleição e é baseada em diversos fatores — como resultados dos pleitos anteriores, pesquisas de intenção de voto, novas tendências políticas, mudanças demográficas e características específicas dos candidatos, entre outros.

Neste ano, estrategistas políticos e analistas identificam os seguintes sete Estados como aqueles que devem decidir a eleição: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.

Mais de 240 milhões de americanos estão aptos a votar em 5 de novembro. Mas, no sistema eleitoral do país, obter a maioria do voto popular nacionalmente não é garantia de vitória.

Para chegar à Casa Branca, um candidato precisa de pelo menos 270 dos 538 votos no chamado Colégio Eleitoral, formado por delegados enviados pelos Estados.

O número de delegados de cada Estado varia, e é proporcional ao tamanho da população.

Na maioria dos casos, o vencedor leva todos os votos do Colégio Eleitoral daquele Estado, mesmo que sua vitória tenha sido por uma margem pequena.

Assim, é possível que um candidato vença o voto popular nacionalmente e, mesmo assim, perca na contagem de votos do Colégio Eleitoral.

Isso aconteceu com a democrata Hillary Clinton em 2016, que foi derrotada por Donald Trump.

Na complicada matemática para chegar aos 270 votos, são cruciais os chamados swing states (Estados-pêndulo, em tradução livre), já que um ano podem pender para os democratas e, na eleição seguinte, para os republicanos.

Na maioria dos 50 Estados americanos, a disputa não costuma ser competitiva, e um dos dois partidos historicamente tem mais força, deixando pouca chance de vitória para o adversário.

Exemplos dessa dinâmica são a Califórnia, considerada um Estado democrata, ou o Texas, que tem um histórico de votação em republicanos.

Mas, nos sete Estados identificados como decisivos neste ano, tanto a vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris quanto o ex-presidente Donald Trump, que deverá concorrer pelo Partido Republicano, podem vencer a disputa.

Outra característica para que um Estado seja considerado decisivo é ter pesquisas de intenção de voto com pequena diferença entre os dois candidatos que sejam "consistentemente dentro da margem de erro", diz à BBC News Brasil o cientista político Todd Belt, professor da Universidade George Washington, em Washington.

De acordo com o agregador de dados de pesquisas do site RealClearPolitics (RCP), no sábado (2/11), Trump tinha 48,6% das intenções de voto nesses sete Estados, contra 47,5% de Kamala.

O RCP mostra vantagem de Trump no Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Nevada e Pensilvânia, enquanto Kamala lidera em Michigan e Wisconsin.

O Silver Bulletin, publicado pelo estatístico Nate Silver, dá pequena margem a favor de Kamala nos mesmos Estados: Wisconsin e Michigan. E Trump lidera no Arizona, Carolina do Norte, Pensilvânia, Geórgia e em Nevada. Os dados são de domingo (3/11).

Outro agregador, o FiveThirtyEight, indica a mesma coisa: vantagem para Trump na Pensilvânia, Arizona, Carolina do Norte, Geórgia e em Nevada, com Kamala à frente em Wisconsin e Michigan.

O Arizona costumava ser reduto republicano, mas, em 2020, o democrata Joe Biden venceu no Estado. Antes disso, a última vitória de um candidato presidencial democrata no Estado havia sido em 1996.

No domingo (3/11), o Silver Bulletin indicava 49,3% das intenções de voto para Trump, e 46,7% para Harris, enquanto o RCP mostra Trump com 51,3% e Kamala com 48,7%.

A imigração é um dos principais temas que devem mobilizar os eleitores do Arizona, Estado que tem quase 600 quilômetros de fronteira com o México.

Trump promete "realizar a maior operação de deportação da história americana" e ataca os democratas pelo grande fluxo de imigrantes ilegais, que chegou a números recordes, antes de cair nos últimos meses.

O acesso ao aborto deve ser outro tema importante no Estado, onde o procedimento é proibido após 15 semanas de gestação.

A eleição em novembro incluirá uma consulta popular sobre a proposta de garantir o direito ao aborto na Constituição estadual, impedindo o Estado de restringir o procedimento antes do ponto de viabilidade fetal (em torno de 24 semanas de gestação).

Segundo estrategistas, a consulta sobre o aborto pode mobilizar mais eleitores preocupados com o tema a sair de casa para votar, o que poderia beneficiar Kamala Harris.

A Carolina do Norte tem um histórico de votação em candidatos presidenciais republicanos.

Barack Obama foi o último candidato presidencial democrata a vencer no Estado, em 2008.

Antes de Obama, a Carolina do Norte havia votado em republicanos nas eleições presidenciais desde 1980.

No fim de semana antes da eleição, segundo o RCP, pesquisas deram 48,8% das intenções de voto para Trump e 47,3% para Kamala no Estado.

Pelo cálculo do Silver Bulletin, Kamala chegou a ultrapassar Trump ao longo da campanha. Mas no domingo, ele aparecia à frente dela, com 48,7% contra 47,6%.

Os democratas têm investido bastante na campanha no Estado, e apostam na parcela do eleitorado que diz não ser fiel a nenhum partido.

Algumas pesquisas na Geórgia chegaram a indicar até 10 pontos de vantagem para Trump. Mas essa margem diminuiu depois da entrada oficial de Kamala na disputa.

Segundo as médias do RCP e do Silver Bulletin, Kamala e Trump estão perto de um empate no Estado, com vantagem para o republicano.

Em 2020, Joe Biden foi o primeiro candidato presidencial democrata a vencer na Geórgia em quase 30 anos. O último havia sido Bill Clinton, em 1992.

Após perder para Biden na Geórgia por pequena margem em 2020, Trump foi acusado de interferir na eleição do Estado, com supostos esforços para anular o resultado.

Essas acusações, negadas por Trump, estão em um dos processos criminais enfrentados pelo republicano.

Mais de 30% da população da Geórgia é negra, e essa parcela do eleitorado teve papel importante na vitória de Biden em 2020.

Neste ano, a campanha de Kamala Harris espera mobilizar eleitores negros e mulheres para vencer no Estado.

Até 2016, Michigan era considerado fiel aos democratas nas eleições presidenciais.

Naquele ano, porém, Trump foi o primeiro candidato presidencial republicano a vencer no Estado desde a vitória de George H. W. Bush em 1988.

Na eleição seguinte, em 2020, Biden conseguiu virar o Estado para os democratas novamente.

Neste ano, a média de nove pesquisas agregadas pelo RCP indica que Kamala tem 48,6% das intenções de voto no Estado, e Trump tem 47,7%. O Silver Bulletin também mostra vantagem para a democrata.

Michigan tem a maior proporção de americanos de origem árabe no país. Há expectativa sobre se o apoio do governo americano a Israel na guerra em Gaza poderá prejudicar o desempenho dos democratas no Estado.

A última vez que um candidato presidencial republicano venceu em Nevada foi em 2004, mas muitas pesquisas indicam vantagem de Trump neste ano.

Segundo a média do RCP, o republicano tem 48,5%, à frente dos 47,5% de Kamala Harris. O Silver Bulletin também mostra Trump levemente à frente, mas o agregador de pesquisas Fivethirtyeight dá pequena margem para Kamala.

Nevada se caracteriza por uma grande parcela de eleitores de origem latina e forte presença de sindicatos.

A economia é um dos temas importantes para os eleitores do Estado, que tem uma das maiores taxas de desemprego do país.

Durante mais de 20 anos, desde 1992, candidatos presidenciais do Partido Democrata venceram na Pensilvânia.

Isso mudou em 2016, com a vitória de Trump no Estado. Em 2020, Biden conquistou o Estado de volta para os democratas.

Calcula-se que neste ano as campanhas presidenciais dos dois partidos vão investir mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 547 milhões) cada em propagandas na Pensilvânia até novembro, bem acima do montante gasto em outros Estados.

A média do RCP indica vantagem de apenas 0,3 ponto percentual para Trump. O Silver Bulletin e o FiveThirtyEight também dão pequena vantagem para Trump.

Economia e inflação estão entre as principais preocupações dos eleitores do Estado.

Em 2016, Trump foi o primeiro candidato republicano desde Ronald Reagan a vencer em Wisconsin.

O Estado faz parte da chamada "Muralha Azul", que é referência à cor atribuída aos democratas e inclui também Michigan e Pensilvânia. São Estados industriais que historicamente votam no candidato democrata.

Após a derrota do partido em 2016, Biden conseguiu vencer nesses Estados em 2020. Neste ano, eles são novamente cruciais para a conquista da Casa Branca.

Em julho, os republicanos realizaram sua convenção nacional em Milwaukee, a maior cidade de Wisconsin, que também foi palco do primeiro comício de Kamala Harris após entrar na disputa.

Segundo o RCP, Kamala tem 48,5% das intenções de voto no Estado, um pouco à frente dos 48,2% de Trump. O Silver Bulletin e o FiveThirtyEight também dão vantagem a Kamala.

Assim como ocorre a cada eleição, a lista de Estados decisivos deste ano traz mudanças em relação a pleitos anteriores.

Dois exemplos são Flórida e Ohio, que durante décadas foram considerados importantes Estados-pêndulo.

Em ambos, o candidato presidencial democrata venceu em 1996. Nas duas eleições seguintes, o republicano foi vitorioso. Em 2008 e 2012, novamente o democrata. E em 2016 e 2020, outra vez o republicano.

Mas mudanças demográficas fizeram com que a Flórida, com 30 votos no Colégio Eleitoral, e Ohio, com 17, deixassem a lista dos Estados mais competitivos.

Pesquisas neste ano indicam vantagem confortável para Trump em ambos.

Fonte: correiobraziliense

Participe do nosso grupo no whatsapp clicando nesse link

Participe do nosso canal no telegram clicando nesse link

Assine nossa newsletter
Publicidade - OTZAds
Whats

Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.