O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, destacou nesta quinta-feira (7/11) que um dos pontos centrais do relatório a ser entregue a Lula durante o evento no Brasil será a proposta de um imposto global sobre os super-ricos. Esse imposto, com uma alíquota de 2%, focaria uma pequena elite financeira global composta por cerca de três mil pessoas, cujas fortunas somam aproximadamente 15 trilhões de dólares. Segundo o ministro, a arrecadação dessa taxa seria crucial para financiar ações de combate à fome e à pobreza, além de medidas para mitigar as mudanças climáticas.
“Os chefes de Estado vão definir políticas públicas que vão atingir todas as populações no mundo, mas e a população? Não participa desse processo?”, questionou Macêdo durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro do Canal Gov da EBC. Para ele, o G20 Social é um esforço para incluir o povo nas decisões que, até agora, eram tomadas exclusivamente por líderes e ministros.
O G20 Social será realizado entre 14 e 16 de novembro no Rio de Janeiro, antecedendo a reunião de líderes das maiores economias, marcada para 18 e 19. Durante o evento, vozes não-governamentais terão um espaço de destaque, promovendo debates e atividades voltados para três temas principais: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global.
“Essa será uma grande fotografia do G20: a participação social”, destacou Macêdo, frisando que a proposta brasileira tem o objetivo de incluir a sociedade em decisões globais. Com mais de 200 atividades autogestionadas e um espaço reservado para 150 barracas de produtos como artesanatos e publicações, o G20 Social será uma plataforma diversificada, onde movimentos sociais, ONGs e cidadãos terão a oportunidade de expressar suas demandas e expectativas.
A proposta de tributação dos super-ricos vem como resposta a um clamor mundial por maior justiça fiscal. Com o aumento da concentração de riqueza global e os desafios sociais e ambientais se intensificando, a ideia de taxar grandes fortunas ganha força como uma medida concreta para combater desigualdades.
“O imposto global de 2% proposto no relatório não impactará a classe média nem as pequenas empresas, e sim um grupo muito reduzido de pessoas com grande poder econômico”, explicou Macêdo. A intenção é que os recursos arrecadados sejam direcionados para ações em prol de uma transição energética justa e políticas de desenvolvimento sustentável, em linha com as metas do Acordo de Paris.
O documento que será entregue ao presidente Lula, contendo as contribuições da sociedade civil, terá como objetivo representar uma síntese das preocupações populares e das reivindicações das organizações sociais. A expectativa é que o conteúdo seja incluído na Declaração de Líderes do G20, ampliando o alcance das vozes populares nos processos de decisão global.
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