O Irã pediu ao presidente dos Estados Unidos eleito, Donald Trump, neste sábado (9/11), para mudar a política de "pressão máxima" sobre a República Islâmica que aplicou em seu primeiro mandato. "Trump deve mostrar que não segue as políticas errôneas do passado", disse Mohamad Javad Zarif, vice-presidente iraniano encarregado de assuntos estratégicos.
O ex-chanceler Zarif ajudou a arquitetar o acordo nuclear assinado entre Teerã e a comunidade internacional em 2015, inclusive, com os Estados Unidos. Três anos depois, o então presidente eleito Trump retirou os EUA do acordo e impôs sanções severas como parte de uma política semelhante contra o Irã.
Após as investigações do Departamento da Justiça dos Estados Unidos revelarem um suposto complô iraniano para assassinar Trump antes das eleições presidenciais deste ano, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da República Islâmica, Esmail Baghai, considerou as alegações "totalmente infundadas" e "rejeitou as acusações segundo as quais o Irã está envolvido em uma tentativa de assassinato contra antigos e atuais funcionários americanos".
"Já se esperava que a tensão entre EUA e Irã fosse aumentar, dada a linha-dura de política externa que o Trump sinalizava e o rompimento do seu governo com o acordo nuclear com aquele país. Nesse sentido, essa acusação não ajuda em nada, já que tensiona ainda mais a relação. Há de se ter cautela e que evidências sejam demonstradas, pois parece estranho que o regime iraniano fosse tão temerário em assumir o risco de uma possível resposta militar duríssima dos EUA, caso seja confirmada uma ação oficial dos aiatolás", esclarece Rafael Iori, professor de história e política da Universidade de Denver, nos Estados Unidos.
"Fora isso, o apoio quase incondicional dos EUA a Israel deve ser confirmado, com pouco espaço pra melhora para a situação em Gaza e no Líbano. Embora, talvez, Trump tente retomar a lógica dos acordos de Abraão com países do Golfo e do Marrocos", completa Iori.
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