23 de Novembro de 2024

Âmbar na Antártida revela segredos sobre florestas


Pela primeira vez, fragmentos de âmbar foram descobertos da Antártida. O objeto permitiu que fossem encontradas informações sobre as antigas e grandes florestas existentes no continente — onde habitavam dinossauros e mamíferos.

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Cretáceo — período da era Mesozoica que corresponde entre 145 e 65 milhões de anos — tornou o mundo um lugar mais quente, por conta da alta presença de dióxido de carbono atmosférico. Durante essa época, a Antártida contava com a presença de grandes florestas. Porém, ainda não se tem muito conhecimento sobre a vegetação e os habitantes do período no local, por conta da dificuldade do acesso aos fósseis, uma vez que os pesquisadores têm que perfurar o fundo do mar na costa da Antártida. 

A pesquisa é realizada por uma equipe liderada por Johan Klages, do Instituto Alfred Wegener. O grupo encontrou o âmbar dentro de uma camada de cinco centímetros de espessura de carvão úmido (conhecido como linhito). Âmbar é um resina, resultado de uma matéria viscosa produzidas por árvores, podendo ser de milhões de anos atrás. Encontrada em tons quentes — como amarelo, laranja e marrom —, hoje é normalmente utilizada para a criação de joias e decorações. Por ser uma substância pegajosa, é extremamente comum encontrar pequenas criaturas, penas, plantas e sedimentos dentro dela. Em 2015, foi encontrada uma cauda de dinossauro, com as penas intactas, dentro de um âmbar.

A estimativa é de que a resina encontrada tenha entre 92 e 83 milhões de anos e tenha vindo de uma floresta pantanosa, composta principalmente por coníferas. A equipe moeu o linhito para a análise, e os pedaços de âmbar que resistiram são minúsculos — entre 0,5 e 1,0 milímetros de diâmetro —, o que tornam as chances de serem encontradas formas de vida bem preservadas sejam bem escassas. No entanto, foram detectados fragmentos de casca de árvore.

"Os fragmentos de âmbar analisados permitem insights diretos sobre as condições ambientais que prevaleciam na Antártida Ocidental há 90 milhões de anos", informou Klages em uma declaração. "Nosso objetivo agora é aprender mais sobre o ecossistema da floresta — se queimou, se podemos encontrar vestígios de vida incluídos no âmbar. Esta descoberta permite uma viagem ao passado de outra forma mais direta."

No artigo sobre a descoberta, os autores relatam que a resina pode ser o resultado de um incêndio florestal, tendo sido preservada pela água que cobriu o local e a protegeu da luz ultravioleta.

Clique aqui e leia o artigo original na íntegra.

*Estagiário sob a supervisão de Luciana Corrêa

Fonte: correiobraziliense

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