A Rússia acusou, nesta quarta-feira (20/11), os Estados Unidos de fazerem todo o possível para "prolongar a guerra" na Ucrânia, após o anúncio de Washington de que fornecerá minas terrestres a Kiev, apesar das advertências de Moscou.
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Além da entrega destes dispositivos, Washington autorizou Kiev há poucos dias a usar mísseis americanos de longo alcance contra o território russo, uma importante mudança estratégica poucas semanas antes da tomada de posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
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Os Estados Unidos querem "prolongar a guerra na Ucrânia e fazem todo o possível para consegui-lo", denunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Um alto funcionário dos Estados Unidos disse à AFP que Washington se preparava para fornecer à Ucrânia minas antipessoais (ou minas terrestres), uma arma altamente criticada pelas ONGs devido ao número de vítimas civis que pode causar, mesmo muito depois do fim dos conflitos.
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Segundo a fonte, as minas que serão entregues à Ucrânia serão "não persistentes", ou seja, terão um dispositivo de autodestruição ou autodesativação. Os aliados de Kiev esperam que estes dispositivos ajudem a retardar o avanço das tropas russas no leste da Ucrânia.
A Campanha Internacional para a Proibição de Minas Antipessoais (ICBL) – vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1997 – criticou esta decisão "terrível" dos Estados Unidos e instou a Ucrânia a não aceitar este tipo de armamento.
- Ameaça nuclear -
O anúncio de Washington coincidiu com a publicação de um relatório do Observatório de Minas, que concluiu que o número de vítimas de minas terrestres no mundo aumentou em 2023. A Ucrânia já é o país com mais minas, segundo a ONU.
Enterradas ou escondidas no solo, as minas terrestres explodem quando uma pessoa se aproxima ou entra em contato com elas.
Na terça-feira (19/11), a Ucrânia usou mísseis balísticos americanos ATACMS pela primeira vez contra a Rússia, que prometeu responder "em conformidade".
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O presidente russo, Vladimir Putin, não se referiu diretamente a esta nova situação, mas nesse mesmo dia assinou um decreto que amplia as possibilidades de o seu país recorrer ao uso de armas nucleares.
Essas possibilidades incluem o recurso a armas nucleares contra um país que não as possui, como a Ucrânia, mas que seja apoiado por uma potência nuclear, como os Estados Unidos.
Esta mudança "de fato exclui a possibilidade de derrotar as forças armadas russas no campo de batalha", disse nesta quarta-feira o chefe da inteligência externa russa, Sergei Narychkin, sugerindo que a Rússia recorreria à bomba atômica em vez de correr o risco de ser derrotada em uma guerra convencional.
Washington, Paris, Londres e a União Europeia denunciaram esta atitude como "irresponsável". A Ucrânia exortou os seus aliados a "não ceder ao medo".
ATAQUES AÉREOS
A China, um aliado político e econômico próximo da Rússia, apelou nesta quarta-feira a "todas as partes" que tenham "calma" e "moderação".
No terreno, o Exército russo continua avançando. Nesta quarta-feira, reivindicou a conquista de uma nova localidade no front leste, perto de Kurakhove.
Kiev e a segunda cidade da Ucrânia, Kharkiv, no nordeste, foram alvo de ataques de drones e mísseis, sem relatos de danos significativos ou vítimas, anunciaram as forças aéreas.
A embaixada dos EUA em Kiev alertou nesta quarta-feira sobre um "possível ataque aéreo significativo" contra a Ucrânia, sem dar mais detalhes.
Do lado russo, o Ministério da Defesa indicou que derrubou cinquenta drones ucranianos em diversas regiões.
De acordo com Kiev e os países ocidentais, a Rússia também conta com o apoio de até 10.000 soldados norte-coreanos. Pyongyang também forneceria obuses e mísseis a Moscou.
A ofensiva russa na Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022, rompeu os laços entre o Ocidente e Moscou, cujos principais apoiadores são agora a Coreia do Norte e o Irã.
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