Fabiano, apelidado de “churrasqueiro de Lula” devido à relação próxima com o presidente, tem adotado medidas para tentar conter o colapso. Entre elas está a implementação de um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões, que resultou no encerramento de contratos e na suspensão de novas contratações de terceirizados. Apesar dessas ações, a projeção revisada para as receitas em 2024 caiu de R$ 22,7 bilhões para R$ 20,1 bilhões, insuficiente para evitar um prejuízo estimado de pelo menos R$ 1,7 bilhão.
Em documento interno, os Correios destacaram que as ações em curso têm como objetivo estancar a situação de insolvência da empresa, ou seja, garantir o equilíbrio econômico-financeiro e evitar um colapso total. Mesmo assim, a situação é agravada por fatores como o impacto de decisões anteriores, incluindo a desistência de ações trabalhistas que somam cerca de R$ 1 bilhão e a chamada “taxa das blusinhas” — uma política de taxação de compras internacionais abaixo de US$ 50, implementada no governo Lula, que teria reduzido a receita da estatal em outro R$ 1 bilhão.
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Além disso, os Correios enfrentam um histórico de “sucateamento”, conforme apontado pela gestão atual, que atribui parte dos problemas às políticas do governo anterior. Por outro lado, especialistas apontam que a administração de Fabiano Silva dos Santos também contribuiu para o agravamento da situação orçamentária, com decisões estratégicas que ainda não mostraram resultados concretos na recuperação da estatal.
Insolvência é o termo utilizado para descrever a incapacidade de uma empresa ou indivíduo de honrar compromissos financeiros. Quando uma organização entra nesse estado, ela não consegue gerar receita suficiente para cobrir despesas e dívidas, colocando em risco a operação. É basicamente quando as dívidas do devedor são maiores do que o patrimônio.
Outro exemplo é a Telebras, que acumula dívidas de R$ 200,7 milhões e foi incluída em órgãos de proteção ao crédito por dificuldades em honrar seus compromissos. Ambas as empresas foram retiradas dos planos de privatização pelo governo Lula, uma decisão que, segundo analistas, aumentou a pressão para que a gestão atual demonstre resultados que justifiquem a manutenção do controle estatal.
Com as contas no vermelho e sem uma solução clara à vista, os Correios enfrentam um futuro incerto.
* Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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