19 de Janeiro de 2025

Supervacina contra gripe ataca todos os subtipos do vírus


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Individualmente, a eficácia da gripe varia muito. “Depende de diversos fatores, sendo a idade um dos principais. Em pessoas idosas, a resposta imunológica pode ser menor. Além disso, pessoas com problemas de imunidade, como aqueles em tratamento para câncer, que utilizam medicamentos que afetam o sistema imunológico ou que fazem uso de imunobiológicos, também apresentam maior dificuldade em responder à vacina”, destaca Ralcyon Teixeira, infectologista do Hospital Sírio-Libanês. 

Henrique Lacerda, infectologista do Hospital Brasília, da Dasa
Henrique Lacerda, infectologista do Hospital Brasília, da Dasa (foto: Dasa/Divulgação )

"Os pesquisadores da Universidade de Stanford identificaram que a baixa eficácia da vacina contra a gripe pode ser atribuída ao “viés de subtipo”, no qual a resposta imunológica se concentra predominantemente em uma única cepa presente na vacina, deixando o indivíduo vulnerável a outras cepas. Para superar esse desafio, os cientistas desenvolveram uma técnica que acopla antígenos de múltiplas cepas do vírus influenza. Essa abordagem visa aumentar a ajuda das células T CD4+ (células de defesa do nosso organismo), promovendo uma resposta imunológica robusta contra todas as cepas incluídas na formulação vacinal. Em modelos pré-clínicos, essa formulação mostrou induzir uma resposta de anticorpos mais ampla em comparação com a vacina inativada sazonal tradicional. Portanto, estratégias como o acoplamento de antígenos heterólogos podem potencialmente aumentar a proteção oferecida pelas vacinas contra a gripe, abordando limitações das formulações atuais e ampliando a resposta imunológica contra múltiplas cepas do vírus. Mas, ainda são necessários mais estudos de vida real para avaliar a efetividade da nova vacina",

Henrique Lacerda, infectologista do Hospital Brasília, da Dasa


Leandro Machado, infectologista
Leandro Machado, infectologista (foto: Arquivo pessoal )

A eficácia da vacina depende de quais fatores? 
De diversos fatores, incluindo a correspondência entre as cepas do vírus na vacina e as que estão circulando, o histórico de exposição prévia ao vírus, a idade, o estado de saúde da pessoa e o momento da vacinação. O artigo publicado na revista Science destaca que a genética é um fator importante, influenciando o viés de resposta imunológica a determinados subtipos de vírus. Por exemplo, a expressão de moléculas MHC-II, que variam geneticamente entre os indivíduos, desempenha um papel essencial na apresentação de antígenos e na ativação de células T.

É possível aumentar a proteção da vacina da gripe?
Sim, é possível. O artigo propõe uma solução inovadora: o acoplamento de antígenos de diferentes subtipos de influenza. Essa estratégia aumenta a diversidade de células T recrutadas, ampliando a resposta imunológica e reduzindo o viés de subtipo. Além disso, novas tecnologias, como nanopartículas e plataformas multivalentes, também têm o potencial de melhorar a eficácia, tornando a vacina mais universal e capaz de oferecer proteção contra cepas sazonais e emergentes. A estratégia de acoplar antígenos de diferentes subtipos é promissora, pois amplia a resposta imunológica, tanto em termos de anticorpos quanto de células T. Essa ideia, bem fundamentada e criativa, tem potencial para revolucionar como enfrentamos a influenza e outras doenças respiratórias.

Qual a avaliação o senhor faz do artigo da Universidade de Stanford?

De forma geral, o artigo é uma contribuição importante para a imunologia e aponta caminhos que podem transformar as vacinas contra influenza, um problema global há décadas. Ele combina rigor científico com uma proposta ousada e prática, mostrando que há alternativas viáveis para superar as limitações atuais. O próximo passo será traduzir essas descobertas para o contexto clínico, garantindo que essa inovação se torne acessível e eficiente para a população.

Fonte: correiobraziliense

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