22 de Fevereiro de 2025

Países em desenvolvimento enfrentam baixa perspectiva de crescer


As economias em desenvolvimento, responsáveis por impulsionar 60% do crescimento global, vivem um paradoxo no início do século 21. Apesar da crescente importância no cenário econômico mundial, essas nações devem encerrar o primeiro trimestre do século com a mais baixa perspectiva de crescimento em longo prazo desde 2000. Essa é a principal conclusão do relatório Perspectivas Econômicas Globais do Banco Mundial, que alerta para a necessidade de reformas estruturais urgentes.

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Nos próximos dois anos, a economia global deve crescer 2,7% ao ano, enquanto as economias em desenvolvimento devem registrar uma média de 4% de crescimento anual. Apesar de aparentemente sólido, esse índice é inferior ao registrado antes da pandemia e insuficiente para enfrentar os desafios da pobreza e alcançar metas de desenvolvimento. De acordo com o relatório, o desempenho robusto observado na primeira década dos anos 2000, quando o crescimento das economias em desenvolvimento atingiu seu ápice desde os anos 1970, foi abalado pela crise financeira de 2008-2009 e pela desaceleração global que se seguiu.

Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial, destaca que as forças que sustentaram o avanço das economias em desenvolvimento nas últimas décadas estão se dissipando. “Altos níveis de dívida, baixo crescimento do investimento e da produtividade, além do aumento dos custos associados às mudanças climáticas, criam um cenário alarmante”, afirmou Gill. Desde 2014, com exceção de China e Índia, a renda per capita nessas economias cresceu a um ritmo 0,5 ponto percentual inferior ao das economias avançadas, ampliando a desigualdade global.

Um dos principais fatores para o desempenho fraco é a queda no investimento estrangeiro direto (IED). Atualmente, o fluxo de IED para essas economias representa apenas metade do registrado no início dos anos 2000. Além disso, as restrições globais ao comércio, cinco vezes superiores às de 2010-2019, dificultam ainda mais o avanço econômico.

Apesar dos ventos contrários, o relatório aponta que as economias em desenvolvimento têm ferramentas para reverter a desaceleração. Investimentos em infraestrutura, capital humano e transição climática podem não apenas impulsionar o crescimento, mas também ajudar a atingir metas ambientais e sociais. “Com as políticas certas, essas economias podem transformar desafios em oportunidades”, concluiu o relatório.

A próxima década será decisiva para essas nações. Embora ainda dependam do desempenho das economias avançadas, como Estados Unidos, Zona do Euro e Japão, há um consenso crescente de que o futuro da economia global dependerá, em grande parte, da capacidade das economias em desenvolvimento de superar seus desafios internos e fomentar uma cooperação global mais eficaz.

Fonte: correiobraziliense

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