Seis em cada dez brasileiros viajam, pelo menos, uma vez por ano a lazer, é o que revela a pesquisa Tendências de Turismo Verão 2025 — comportamento da população brasileira, encomendada pelo Ministério do Turismo (MTur) e realizada pela Nexus. Os viajantes representam 61% da população e especialistas ouvidos pelo Correio dão dicas para economizar na próxima viagem.
Dentro desse grupo, 33% viajam uma vez ao ano, 22% de duas a três vezes e 6% viajam quatro vezes ou mais. O turismo doméstico é responsável por mais de 90% das viagens no país. Os fatores determinantes para a escolha de destinos nacionais incluem belezas naturais, preços acessíveis e a possibilidade de reencontrar familiares e amigos.
Os custos baixos são o fator mais importante para 16% dos viajantes. Ao planejar uma viagem, o primeiro passo é definir o destino e, como o fim do ano é uma época de alta temporada, alguns lugares costumam ser mais procurados. Segundo a educadora financeira da Neon, Daiane Alves, escolher destinos menos populares pode reduzir custos, assim como viajar fora da alta temporada.
E escolher uma hospedagem inteligente e usar o transporte público a favor são algumas maneiras de poupar esses custos, de acordo com especialistas. "Ao escolher se hospedar em um hotel, escolha um que tenha café da manhã incluso, isso fará com que economize ao menos uma das refeições do dia. Uma outra opção que pode ser mais em conta, principalmente quando a família é maior, é o aluguel de uma casa ou apartamento", aponta a educadora financeira. Nesse caso, é possível fazer compras no mercado para suprir o café da manhã, algumas das refeições na semana e até mesmo preparar lanches para levar nos passeios, principalmente para as crianças.
Outra dica é escolher uma localização que facilite a locomoção. "Lugares próximos aos centros são mais caros devido à comodidade dos comércios e por ser onde estão localizados os restaurantes mais estrelados, mas com uma boa pesquisa é possível escolher lugares que não estejam nos centros convencionais, com uma diferença de poucas quadras, mas que permitem estar perto de tudo, sem precisar gastar com transporte", afirma Daiane Alves.
Para economizar na alimentação, a recomendação é dar preferência à culinária local, evitando restaurantes turísticos e optando por estabelecimentos tradicionais frequentados por moradores locais. "Além de economizar, é uma oportunidade de conhecer a verdadeira gastronomia da região", explica a especialista.
Pesquisar com antecedência os passeios que deseja fazer na região, os valores e a melhor forma de chegar em cada um deles são importantes, considerando o transporte público, como trens e ônibus, que são opções mais em conta. "Além de ser econômico, é uma forma de viver a experiência local de forma mais autêntica", observa a educadora financeira.
Atrativos naturais lideraram as preferências, sendo escolhidos por 23% dos entrevistados no levantamento do MTur. "A pesquisa comprova a força do turismo brasileiro, mostrando que a maioria dos brasileiros escolheria destinos nacionais. Nossa grande diversidade de belezas naturais, nosso patrimônio histórico e a riqueza gastronômica ressaltam o enorme potencial do Brasil como destino turístico e a importância de preservar essas riquezas", destaca o ministro do Turismo, Celso Sabino.
Com a alta demanda, os preços sobem, tanto de locomoção, hospedagem, alimentação, quanto dos passeios. "Uma alternativa é buscar destinos menos populares, que muitas vezes oferecem experiências igualmente incríveis, mas com custos reduzidos, além de ser uma ótima oportunidade de conhecer lugares novos", sugere.
As cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Paraty (RJ) e Foz do Iguaçu (PR) lideram a lista dos principais destinos nacionais. Entre as atrações turísticas favoritas dos brasileiros, as praias ocupam o primeiro lugar, sendo a preferência de 53% da população. Em segundo lugar estão a natureza e o ecoturismo, com 29%. Empatadas na terceira posição, as atrações culturais ou históricas e aquelas peculiares à saúde e bem-estar representam 16% das escolhas. Já o turismo religioso/espiritual e as viagens com foco na gastronomia atraem 12% cada.
A pesquisa também revelou os principais custos das viagens. Alimentação, hospedagem e transporte aéreo são os maiores gastos, sendo que o transporte aéreo é o mais significativo para 22% dos entrevistados. No entanto, ao considerar os dois principais fatores combinados, a alimentação se destaca, sendo responsável por 38% dos custos.
Os brasileiros estão utilizando cada vez mais as redes sociais para buscar informações sobre viagens. A pesquisa do MTur revelou que quase metade dos entrevistados (47%) recorreu a plataformas digitais, como Instagram, Facebook, TikTok e X (antigo Twitter).
As recomendações de amigos e familiares aparecem em segundo lugar, sendo mencionadas por 37% dos participantes. Em seguida, vêm os sites e blogs de turismo, com 22%. Já as agências de viagens e operadores turísticos foram classificadas por 18% dos entrevistados, enquanto os canais de vídeos on-line somaram 17%.
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Devido ao aumento contínuo das transações digitais no setor de turismo, é preciso ficar atento ao crescimento das práticas fraudulentas que podem afetar consumidores desavisados. O MTur alerta que é preciso ter precaução para acabar não caindo em golpes.
Um passo fundamental antes de contratar qualquer serviço turístico, como agências de viagem, meios de hospedagem ou guias de turismo, é verificar se estão registrados no Cadastur. O sistema garante que o prestador está legalmente habilitado a operar, minimizando riscos de fraudes e serviços irregulares.
"Ao encontrar ofertas de viagem, é recomendável entrar em contato direto com o prestador para verificar a autenticidade das informações. Desconfie de preços muito abaixo do mercado, pois podem ser um indicativo de golpe. É importante também verificar a reputação da empresa em sites de avaliação e redes sociais", alertou a pasta, em nota.
Ao fechar qualquer negócio, a recomendação do órgão é exigir um contrato detalhado que especifique claramente os serviços incluídos, as condições de cancelamento e as penalidades possíveis. Também é importante revisar todas as cláusulas com atenção e guardar comprovantes e recibos, que podem ser úteis em caso de reclamações futuras.
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