O dólar comercial recuou pelo terceiro dia consecutivo, impactado pelo "Efeito Trump", em referência ao retorno do republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, que tende a adotar medidas protecionistas.
Ontem, a divisa norte-americana atingiu o menor patamar desde 27 de novembro de 2024, ou seja, antes de o governo federal ter apresentado o pacote de medidas de corte de gastos para fortalecer o arcabouço fiscal. Analistas acreditam que a queda do dólar foi provocada pelo adiamento da decisão do governo norte-americano de elevar tarifas para produtos vindos de outros países, entre eles, o Brasil.
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A moeda norte-americana encerrou o pregão de ontem cotado a R$ 5,946, com queda de 1,40%, mas chegou a atingir a mínima de R$ 5,91 ao longo do dia. Desde o início do mês, acumula queda de 3,77%, em meio a um noticiário doméstico mais esvaziado, além de incertezas no cenário externo. Já o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o IBovespa, fechou, ontem, em queda de 0,3%, aos 122.971 pontos.
Na visão de especialistas, o adiamento das decisões de Trump relacionadas ao aumento de tarifas, que deve ficar para fevereiro, diminuiu a pressão sobre o mercado e sobre outras moedas. Mas essa queda deve ser momentânea, uma vez que a tendência é de que a divisa norte-americana deve seguir valorizada, sendo cotada acima de R$ 6 ao longo deste ano e de 2026, pelas projeções do mercado. Ontem, o Banco Central divulgou dados sobre o fluxo cambial no país. Até o último dia 17, o fluxo em janeiro foi negativo em US$ 3,8 bilhões, ou seja, saíram mais dólares do país do que entraram.
O economista-chefe e sócio da APCE, André Perfeito, é taxativo ao afirmar que "ainda é muito cedo para ficar otimista com o real". "Não é possível dizer que o real está ganhando força sozinho. Contudo, acumulam-se evidências de que o real pode estar sendo valorizado pelos efeitos cumulativos da taxa básica da economia (Selic) em alta", considerou o especialista. Felipe Sant'Anna, especialista em mercado de câmbio da Star Desk, afirmou que o momento pode ser uma "belíssima oportunidade" para os investidores comprarem dólar. Além disso, a decisão do BC de realizar novos leilões de swap cambial neste mês, segundo ele, deve ser outro fator que pode reduzir a pressão sobre o dólar.
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