22 de Fevereiro de 2025

Dólar recua pelo quarto dia seguido e fecha em R$ 5,92


O dólar voltou a cair ontem, pelo quarto dia seguido, ainda acompanhado de um momento de incerteza sobre as políticas que serão adotadas pelo governo do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse no início da semana. Ao longo do dia, a moeda chegou a atingir o piso de R$ 5,87 no câmbio comercial, mas voltou a ganhar força no fechamento, encerrando o pregão em queda de 0,35%, cotada a R$ 5,925 para venda.

Desde o início do ano, o dólar acumula queda de 4,1% e atinge o valor mais baixo na cotação desde novembro de 2024. Para o analista da Ouro Preto Investimentos Sidney Lima, esse recuo tem sido influenciado principalmente por dois conjuntos de fatores: ajustes técnicos no mercado e um cenário internacional favorável.

"No contexto doméstico, os recentes andamentos quanto às medidas de contenção tem melhorado a confiança dos investidores, contribuindo para a valorização do real. Internacionalmente, a expectativa de uma política fiscal menos agressiva sob a nova administração nos EUA e a queda inesperada dos pedidos de auxílio-desemprego fortaleceram o real frente ao dólar", avaliou Lima.

Quanto à sustentabilidade dessa tendência de baixa do dólar, o economista avalia que ainda é precária. Segundo ele, a trajetória futura da moeda deve depender ainda da continuidade das reformas fiscais no Brasil e das condições econômicas globais. "Incertezas políticas e fiscais ainda representam riscos significativos que podem afetar o apetite por risco e influenciar negativamente o real. Portanto, apesar do alívio recente, a volatilidade no câmbio pode persistir, refletindo a complexidade e a incerteza dos fatores econômicos e políticos envolvidos", acrescentou o especialista.

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne pela primeira vez após a posse de Gabriel Galípolo, novo presidente do BC, para decidir sobre a nova taxa básica da economia (Selic). Com as previsões indicando um novo aumento de 1,0 ponto percentual, há uma expectativa se o Copom vai conseguir, ou não, controlar a inflação e evitar a desvalorização ainda maior do real.

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Na visão do CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng, a reunião deve ajudar a controlar o câmbio, mas, para que o dólar volte a cair de maneira sustentável, ele acredita que o governo deve dar uma sinalização clara sobre o compromisso fiscal, reforçando uma agenda de corte de gastos. E, para o CEO da MA7 Negócios, André Matos, além do controle fiscal, a queda do dólar ainda depende de fatores externos. "No mercado externo, estamos dependentes das falas e decretos de Trump, principalmente em relação à guerra comercial, que pode ocorrer com a China e a tributação de produtos brasileiros", destacou.

Enquanto isso, o Índice Bovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerrou o dia em queda de 0,4%, aos 122.482 pontos, com as principais ações fechando o pregão em patamar negativo. As ações preferenciais (sem direito a voto mas com prioridade no recebimento dos dividendos) da Petrobras registraram queda de 0,7%, enquanto que as ordinárias (com direito a voto) da Vale recuaram 0,65% no fim do dia. A maior queda ficou por conta das ações da Minerva Foods, que regrediram 6,67%. 

 

Fonte: correiobraziliense

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