Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, destaca o impacto direto do câmbio nos custos das empresas, uma vez que grande parte dos insumos utilizados pela indústria nacional é importada. “Essa mudança fez com que a preocupação com o câmbio saltasse do oitavo para o segundo lugar na lista dos principais problemas do setor”, afirma Azevedo.
O cenário do quarto trimestre de 2024 também revelou deterioração das condições financeiras do setor. O índice de satisfação com a situação financeira recuou para 50,9 pontos, aproximando-se da linha de 50 pontos, que separa a satisfação do descontentamento. Já o acesso ao crédito ficou mais difícil, com o indicador caindo para 42 pontos.
Em dezembro, o desempenho do setor foi marcado por retração na produção e no emprego. O índice de evolução da produção chegou a 42,5 pontos, indicando recuo na atividade industrial pelo segundo mês consecutivo. No mesmo período, o número de empregados na indústria registrou queda, com o indicador marcando 48,7 pontos.
Apesar da redução na Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que caiu de 72% em novembro para 68% em dezembro, o índice ainda se manteve acima da média histórica para o período. Os estoques também apresentaram recuo, com os industriais relatando níveis abaixo do planejado.
Mesmo diante de um cenário desafiador, os industriais iniciam 2025 com expectativas positivas. Os índices de demanda, compras de matérias-primas, exportações e número de empregados apresentaram crescimento em janeiro.
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