22 de Fevereiro de 2025

Colostomia definitiva: o que é o procedimento feito por Preta Gil


Em meio ao tratamento contra o câncer, a cantora Preta Gil, de 50 anos, contou em suas redes sociais que está usando uma bolsa de colostomia definitiva.

O item, acoplado no corpo após uma cirurgia, permite que as fezes e gases sejam eliminados do intestino grosso diretamente para a bolsa coletora que fica fixada no abdômen.

"Eu estou me acostumando com a minha bolsinha de colostomia. Dessa vez, eu tive que colocar uma bolsinha definitiva, e não provisória, como foi a do ano passado", afirmou a cantora, internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP).

"Vou ficar para sempre com essa bolsinha e sou muito grata a ela. E as enfermeiras de ileostomia [procedimento de abertura no intestino delgado] estão me dando aulas e dicas de como será em casa", disse, em vídeo postado em suas redes no domingo (26/01).

Preta foi diagnosticada com câncer no intestino (também chamado de câncer colorretal) em 2023, após exames terem apontado a presença de um tumor do tipo adenocarcinoma na porção final do órgão.

No mesmo ano, a cantora fez uma cirurgia para a retirada de parte do intestino grosso devido aos tumores e usou uma bolsa de colostomia temporária.

O item foi retirado no mesmo ano, após a cantora anunciar que o câncer estava em remissão.

No entanto, meses depois, Preta revelou que, durante exames de rotina, descobriu que o câncer havia voltado.

Em 2024, ela precisou amputar o reto como parte do tratamento.

Em 29 de dezembro, foi submetida a um novo procedimento cirúrgico, que durou 21 horas, e removeu novos tumores do intestino grosso.

"Estomia" se refere a um procedimento cirúrgico de abertura em algum órgão — como a colostomia, no intestino grosso ou cólon; gastrostomia, no estômago; nefrostomia, no rim; ureterostomia, no ureter; e vesicostomia, na bexiga.

Na colostomia, após a anestesia geral, é feita uma ligação do intestino grosso com uma abertura na parede do abdômen do paciente. Nessa abertura, é colocado o equipamento de colostomia.

A bolsa, geralmente de plástico, fica acoplada a uma placa de silicone adesiva, grudada na pele ao redor do estoma (abertura criada cirurgicamente no corpo).

"Uma vez que o pedaço do intestino é colocado na parede abdominal, o paciente passa a não ter um o controle fino da evacuação", explica Rodrigo Perez, chefe do núcleo de coloproctologia e intestinos do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O local exato da colostomia é definido com o paciente acordado, para que ele, juntamente com o médico, determine a posição mais confortável para a colocação da "bolsinha".

Fatores como altura, peso, sexo e tipo de roupa que o paciente gosta de usar são levados em consideração nessa escolha.

Uma das causas mais comuns para a realização do procedimento é a retirada de uma porção significativa do intestino devido ao câncer.

A colostomia temporária também pode ser necessária quando o órgão está em cicatrização ou reconstrução, explica Bruno Zilberstein, cirurgião do aparelho digestivo da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

"Depois de um tempo, esse procedimento é desfeito, a bolsa de colostomia é retirada e o paciente passa a evacuar normalmente. Porém, a localização do tumor e o tamanho de intestino que precisa ser retirado podem fazer com que a cirurgia seja definitiva", afirma Zilberstein, cirurgião do Aparelho Digestivo da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Normalmente, outra justificativa para a colostomia definitiva é quando o trânsito intestinal (a passagem dos alimentos pelo intestino) não pode ser restabelecido após procedimentos.

Entretanto, segundo o médico, o fato de a estomia ser temporária ou definitiva não está diretamente relacionado à gravidade do câncer.

Pacientes que passam por procedimentos de estomia, seja temporária ou definitiva, precisam ter cuidados para evitar que a abertura feita no corpo e a bolsinha sejam infectadas.

Para isso, é necessário higienizar a bolsa e cuidar da cicatriz que fica na pele.

Além de serem vendidas em farmácias e lojas especializadas em produtos médicos, as bolsas de estomia são fornecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para ter acesso, o paciente deve procurar o Centro Especializado em Reabilitação (CER) mais próximo da sua residência. Para ter acesso ao produto, é importante levar o documento da cirurgia e da alta médica.

O próprio paciente pode trocar sua bolsa, mas há enfermeiros especializados que fazem esse tipo de atendimento em casa.

"O ideal é que a bolsa seja trocada quando estiver com dois terços completados. Isso pode ser uma vez ao dia ou a cada dois dias, por exemplo — vai depender muito do trânsito intestinal de cada paciente", explica Rogério Cury, diretor do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia (Gastrocirurgia) do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo.

"Para essa troca, é importante utilizar água morna para limpar o local. Se quiser, pode usar sabonete neutro, mas não é obrigatório. É importante secar bem as bordas da ferida para não criar infecções no local", aconselha o médico.

Nos dias e meses após a cirurgia, é importante o paciente ter uma alimentação rica em fibras, mastigar bem os alimentos e beber muito líquido — acima de dois litros diários.

Além disso, nas primeiras semanas de pós cirurgia, é importante evitar pegar pesos ou praticar esportes de contato. Também é recomendado que o paciente use roupas leves e confortáveis para que não aperte o local da colostomia.

A longo prazo, o paciente pode retomar os hábitos que tinha antes do procedimento.

"O paciente ostomizado tem uma vida comum. Ele está liberado a fazer atividade física, praticar esportes de alto rendimento, nadar, ir à praia, namorar...", diz Ramon Mendes, coloproctologista e cirurgião colorretal do Hospital Mater Dei Salvador.

"Em relação à alimentação, também não há muitas restrições. A única observação que vale chamar a atenção é que alguns alimentos podem acelerar o ritmo intestinal. Então, se ele come um alimento que pode dar uma diarreia, a bolsa precisa ser trocada mais vezes", esclarece o médico.

Fonte: correiobraziliense

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