22 de Fevereiro de 2025

'Bolas de gelo' misteriosas na Via Láctea intrigam cientistas


Entre 2006 e 2011, o satélite japonês AKARI captou dois objetos misteriosos na Via Láctea: aparentemente, não eram estrelas nem planetas nem meteoritos. Foi somente em 2021 que pesquisadores analisaram as imagens — e descobriram, de fato, os objetos misteriosos.

Mas o que eles são? Neste ano, cientistas estão um pouco mais próximos de desvendar o mistério. Um novo relatório publicado no periódico científico Arxiv analisa essas estruturas com imagens realizadas pelo rádio-observatório Atacama Large Millimeter Array (ALMA), no Chile.

Os objetos, segundo a pesquisa, são semelhantes a bolas de gelo e estão localizados em uma região remota da galáxia, a cerca de 10 quiloparsecs do Sol (o que equivale a aproximadamente 32.620 anos-luz).

"Bolas de gelo" misteriosas na Via Láctea intrigam os cientistas
"Bolas de gelo" misteriosas na Via Láctea intrigam os cientistas (foto: R. Hurt/NASA/JPLCaltech/ESO)

Observações no infravermelho relataram que as duas bolas têm características profundas de absorção de gelo e poeira, frequentemente observada em objetos estelares jovens (YSOs), ou seja, estrelas em formação. No entanto, eles não estão localizados em uma região de formação de estrelas.

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Além disso, o pico de energia espectral deles é incompatível com os modelos de YSOs existentes, de acordo com os pesquisadores.

Análise infravermelha dos objetos misteriosos na Via Láctea
Análise infravermelha dos objetos misteriosos na Via Láctea (foto: T. Shimonishi et al/Arxiv)

Duas hipóteses sobre o que seriam os objetos foram levantadas pelos cientistas. Primeiramente, eles poderiam ser resultado de um gás que levou uma grande onda de choque, junto a fluxos protoestelares. Esse processo de choque teria sido gerado por uma estrela em formação, apesar de o local não ser propícia à formação de estrelas.

A outra hipótese é que as bolas seriam estrelas já evoluídas, ainda com um envelope circunstelar, ou seja, uma camada de poeira e gás que rodeiam corpos estelares. Elas poderiam ser estrelas ricas em oxigênio, que costumam ter envelopes circunstelares espessos.

Mesmo essas duas teorias têm desafios a serem explicados. Segundo a comunidade científica, esses objetos podem ser ainda outras coisas, que ainda não são conhecidas. "Podem representar um tipo previamente desconhecido de objetos gelados isolados", escrevem os cientistas do artigo.

Os pesquisadores pretendem realizar novas observações, inclusive com o telescópio James Webb, em busca de análises mais aprofundadas sobre os objetos. Por enquanto, nos resta esperar.

 

Fonte: correiobraziliense

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