22 de Fevereiro de 2025

Fórum internacional debate desafios para a integração regional


Cidade do Panamá — América Latina e Caribe devem crescer 2,5% neste ano, dado levemente acima da taxa de 2,4% estimada para 2024, conforme dados do Fundo Monetário Nacional (FMI). Essa taxa é menor do que os 3,3% estimados pelo organismo multilateral para o crescimento global, e deve ser superior à mediana das estimativas do mercado, mas é superior aos 2,2% de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O baixo crescimento regional foi um dos principais temas abordados nos paineis do primeiro Fórum Econômico Internacional América Latina e Caribe, organizado pelo CAF, banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe, com o tema: "Como retomar o caminho do crescimento?".

Na abertura do evento, o presidente panamenho, José Raúl Mulino, garantiu esse novo evento, que será anual, vai transformar a Cidade do Panamá "na Davos da América Latina", em referência ao resort suíço onde é realizado anualmente, o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). Ele ainda deu uma resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou retomar a rota que liga os oceanos Pacífico e Atlântico por eclusas.

Sergio Díaz-Granados, presidente-executivo do CAF, destacou em seu discurso de abertura que o banco estará focado em contribuir para o desenvolvimento da região e anunciou que durante a assinatura do termo de adesão de mais um país ao grupo, Antígua e Barbuda, totalizando 23 membros. Organizado pelo CAF, o evento também teve como parceiros o Grupo Prisa e a World in Progress (WIP). A transmissão também foi feita pelo canal do Correio no YouTube.

De acordo com o presidente do CAF, o banco também tem uma linha de crédito para o setor privado e existem cinco desafios a serem enfrentados pelos países da região para combater o baixo crescimento e a pobreza na região: a produtividade reduzida, as mudanças climáticas extremas, a transição energética, a segurança e o fortalecimento das democracias. E, no fim do primeiro dia do evento, em conversa com jornalistas, Díaz-Granados fez um balanço do evento e informou que havia mais de 1,4 mil pessoas presentes ao centro de convenções onde o Fórum foi realizado.

O presidente do CAF ainda reconheceu que a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris vai ter impacto em todos os países, mas os da América Central e do Caribe podem sentir mais, porque são os mais vulneráveis às mudanças climáticas. O executivo também ainda ressaltou que vários eventos neste ano podem ajudar a integrar a região, inclusive, a 30ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP, que ocorrerá em novembro, em Belém, no Brasil.

Na avaliação dele, a geração atual "tem uma janela competitiva" para o desenvolvimento do capital humano, maior capacitação da força de trabalho e do capital humano hoje. "Esse Fórum vai buscar desenvolver o crescimento na região com a transição energética, o turismo sustentável e todos os temas que vamos trabalhar no banco para estarmos ao longo dos eventos neste ano na região", afirmou Díaz-Granados, confirmando presença na COP 30. "Unidos, somos mais fortes e cooperativos", emendou.

Em breve discurso gravado em vídeo, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, destacou que o crescimento dos países da região está relacionado com reformas profundas para a transformação da economia e de governos. "O crescimento econômico na América Latina não é apenas um problema cíclico, mas estrutural. Para mudar essa realidade, precisamos reduzir a burocracia, fortalecer as instituições, promover a integração comercial e revitalizar o mercado de trabalho, incluindo maior participação feminina", afirmou.

Outro tema importante nos debates dos palestrantes do Fórum foi o aumento do endividamento e a piora do quadro fiscal continua, mesmo após o fim da pandemia.  Combate a investimentos pouco eficazes no desenvolvimento e aumento de investimentos em educação de qualidade serão importantes para o desenvolvimento regional e redução da pobreza nos países da região, de acordo com os palestrantes do Fórum no Panamá.

A jornalista viajou a convite do CAF

 


Fonte: correiobraziliense

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