Cientistas avaliam que pessoas que viveram entre 25 a 29 mil anos atrás (Era Glacial), incluindo crianças na faixa etária de 10 anos, usavam piercings nas bochechas por causa do desgaste dentário encontrado em esqueletos.
John Charles Willman, pesquisador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Universidade de Coimbra, em Portugal, analisou o desgaste verificado nos molares, pré-molares e caninos dos esqueletos.
Por causa dos movimentos repetitivos, como mastigar e ranger os dentes, é comum que o esmalte dental apresente desgaste ao longo do tempo. Nas mandíbulas analisadas, foi observado que o desgaste estava na superfície que fica em contato com as bochechas.
"Achei que os padrões de desgaste dentário causados pelos labrets (piercings) eram uma hipótese muito boa", pontuou Willman ao portal Live science.
O termo labret se refere a um tipo de piercing que é inserido no lábio inferior ou na área da bochecha de uma pessoa.
"Obter o primeiro labret parece ter ocorrido na infância, já que o desgaste é documentado em alguns dentes de leite", disse Willman. O pesquisador também observou que os adultos tinham um grau maior de desgaste do esmalte na região da bochecha do que as crianças.
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"Ter labrets parece estar relacionado a pertencer ao grupo. A variação no desgaste dos dentes pode estar relacionada à escolha individual e às diferentes experiências de vida, como passar pela puberdade ou pelo casamento", citou.
O estudo foi publicado em 23 de janeiro no periódico Journal of Paleolithic Archaeology.
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