22 de Fevereiro de 2025

Banco Central trava a cúpula do BRB, que esperava reempossar Costa


No último dia 29, o Banco Central, sob o comando de Gabriel Galípolo, publicou a lista dos integrantes da diretoria colegiada do Banco de Brasília (BRB), assim como do Conselho Fiscal e do Conselho de Administração do banco público. Faltou a recondução do presidente da instituição, Paulo Henrique Costa.

A indicação de Costa foi encaminhada na mesma ata dos demais executivos para a autoridade monetária. Mas o BC travou o processo. Os demais diretores foram reconduzidos, de acordo com a assessoria do BRB.

O fato causou estranheza, porque não é um procedimento usual do Banco Central, segundo fontes ouvidas pelo Correio. O BRB, por sua vez, informou que cometeu "um erro material" no preenchimento da instrução do pleito de renovação do mandato de Costa. "O Banco BRB já providenciou a correção das informações fornecidas e submeteu a documentação ao BC na noite de quinta-feira", destacou a instituição, em nota. A expectativa era que, até a noite de ontem, o BC daria um retorno, mas até o fechamento desta edição, não houve confirmação. O processo segue sob sigilo. Procurado, o BC informou apenas que "não comenta casos específicos de instituições reguladas".

Costa está na presidência do BC desde 31 de janeiro de 2019. Ele tem o apoio do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que defende a permanência do executivo no comando do BRB. Antes de assumir a presidência do banco, Paulo Henrique Costa era vice-presidente de Clientes, Negócios e Transformação Digital da Caixa Econômica Federal.

As decisões relacionadas à gestão de instituições financeiras no país, principalmente bancos públicos, precisam de homologação do Banco Central. De acordo com o ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas Gomes, a autoridade monetária não costuma interferir nas nomeações atualmente.

"No passado, quando um banco era liquidado ou havia intervenção, o presidente da instituição em questão era impedido de voltar a ser diretor. Hoje, raramente vemos um banco sendo liquidado, mas, no passado, era muito comum, havia muito banco liquidado e havia mais intervenção", explicou. "Agora, num banco público, um dos motivos para que o BC barre a entrada de um executivo é quando há algum processo judicial contra", acrescentou.

Inaugurado em 1964, o BRB é uma empresa de economia mista. É controlado pelo GDF, que detém mais de 80% das ações. Ganhou notoriedade nos últimos anos por ampliar a carteira de clientes e se lançar em patrocínios milionários a eventos esportivos e equipes de futebol. No final do ano passado, gastou R$ 3,2 milhões em ingressos para o Grande Prêmio do Brasil de F1, em Interlagos (SP).

Também chamaram a atenção os negócios realizados com políticos em Brasília. Em 2022, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) adquiriu um financiamento, para a compra de uma mansão na capital federal.

Segundo a assessoria do BRB, as operações de financiamento ocorreram dentro do padrão. Devido ao sigilo bancário, a instituição não comenta casos específicos. Além disso, informou que o banco pode financiar até 90% do valor do imóvel quando o empreendimento também tenha sido financiado pela instituição, com prazo de pagamento de até 420 meses e carência de até 180 dias para novos contratos. Desde 2018, o financiamento imobiliário do BRB cresceu 1.026%, somando R$ 11 bilhões em estoque, acrescentou.

Conforme dados do último balanço do BRB, referente ao terceiro trimestre de 2024, o banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 180 milhões nos primeiros nove meses do ano e os ativos totais cresceram 17,3% nos 12 meses encerrados em setembro, para R$ 55,4 bilhões.

Na noite de ontem, o BRB enviou um comunicado aos acionistas e ao mercado que a Assembleia Geral Ordinária, iniciada e suspensa em 10/05/2024 e retomada em 11/12/2024, prosseguirá no dia 12/03/2025, às 14h, "de modo exclusivamente digital, para deliberar sobre os seguintes itens: Eleição dos membros do Conselho de Administração; e Eleição dos membros do Conselho Fiscal. "Oportunamente, na mesma data e horário, será realizada Assembleia Geral Extraordinária, "de modo exclusivamente digital, para deliberar alteração do artigo 13 do Estatuto Social, em decorrência do aumento do capital social.

 

Fonte: correiobraziliense

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