22 de Fevereiro de 2025

Justiça bloqueia desmonte de Trump em agência de ajuda humanitária


Uma decisão da Justiça de Washington impediu, ontem, que o governo de Donald Trump avançasse na paralisação da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), responsável por 40% de toda a ajuda humanitária aplicada no mundo. O juiz distrital Carl Nichols determinou o bloqueio temporário das medidas de paralisação do órgão, impedindo que cerca de 2,2 mil funcionários fossem colocados em licença administrativa.

A liminar, que o próprio juiz admitiu ser limitada, também suspende a realocação de trabalhadores humanitários alocados fora dos EUA. A decisão de Nichols foi tomada na análise de recursos interpostos por dois sindicatos que representam a categoria.

De manhã, Donald Trump havia, mais uma vez, pedido o fim da agência, que atua em mais de 120 países e é a maior distribuidora de ajuda global. “A CORRUPÇÃO ESTÁ EM NÍVEIS RARAMENTE VISTOS. FECHEM-NA!”, publicou o líder republicano em sua rede social, a Truth Social, sem apresentar provas.

“Sim, senhor presidente!”, respondeu o bilionário Elon Musk. O homem mais rico do mundo está à frente do departamento do governo de Donald Trump para reduzir gastos de Estado, o Doge, na sigla em inglês. Para Musk, a Usaid é um “ninho de víboras de marxistas da esquerda radical que odeiam os Estados Unidos”. Já Trump acredita que a agência é dirigida por “radicais loucos de esquerda”.

Horas depois da postagem de Trump, os letreiros da Usaid foram removidos da sede do órgão, em Washington. O afastamento dos funcionários valeria a partir da meia-noite de ontem. O chefe da Casa Branca havia ordenado que milhares de funcionários da agência retornassem para os Estados Unidos e congelou a ajuda externa.

Pelo projeto de Musk, 97% dos funcionários devem ser demitidos, passando de 10 mil para menos de 300, segundo o The New York Times.

Os Estados Unidos destinam atualmente cerca de US$ 58 bilhões (R$ 334 bilhões) à ajuda internacional, o que o torna o maior doador do mundo. No entanto, isso equivale a entre 0,7% e 1,4% do gasto total do governo, segundo o Pew Research Center.

“Essa dissolução de fato constitui um dos piores e mais caros erros de política externa da história americana”, ressaltou a diplomata Samantha Power, embaixadora dos EUA na ONU durante a gestão Barack Obama (2013-2017). “Ameaça milhões de vidas e milhares de empregos nos Estados Unidos, e compromete seriamente nossa segurança nacional e influência no mundo”, insistiu Power, que esteve à frente da agência durante o mandato do ex-presidente democrata Joe Biden.

No retorno à Casa Branca, Trump vem tomando uma série de decisões radicais para reduzir a máquina pública e cortar gastos. Algumas delas foram impugnadas por tribunais ou suspensas.

Em Haia, na Holanda, a presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI), Tomoko Akane, reagiu às sanções impostas por Trump, na véspera, contra integrantes da corte. Akane classificou as medidas como “ataques graves” contra os Estados-membros e a ordem internacional. A atitude de Trump foi uma represália a decisões tomadas contra Israel. Setenta e nove países-membros do TPI, entre eles o Brasil, repudiaram a ação do norte-americano.

Fonte: correiobraziliense

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