23 de Fevereiro de 2025

Setor de bares e restaurantes reconhece haver pressão em elevar preços


Em 2024, a inflação sobre a alimentação fora do lar atingiu 6,74%, ao mesmo tempo em que os preços da alimentação dentro do domicílio avançaram 7,45%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a defasagem indica que há uma dificuldade do setor em ajustar os preços à escalada dos custos.

"O setor de alimentação fora do lar continua segurando os preços para não perder clientes, mas essa estratégia tem limite. Os custos operacionais seguem crescendo, e a margem de lucro de muitos negócios já está comprometida", afirma o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.

De acordo com um levantamento da própria entidade, 26% dos empresários do setor não conseguiram reajustar os preços dos cardápios nos últimos 12 meses, outros 63% fizeram reajustes abaixo ou que acompanharam a inflação, no mesmo período. Dentro deste segmento, os lanches tiveram um aumento de 8,23%, acima da inflação geral do setor, ao mesmo tempo em que as refeições completas tiveram uma variação menor, de 6,13%.

Um dos produtos que exemplifica o movimento do setor em evitar o reajuste nos preços é o famoso cafezinho. Em janeiro, o preço do café nos bares e restaurantes subiu 2,71%, enquanto nos supermercados a alta foi de 8,56%. Nos últimos 12 meses, a inflação do café servido fora de casa foi de 10,49%, bem abaixo da registrada nos supermercados, que atingiu 50,35%.

“O setor tem segurado a inflação de forma geral, e no caso do café não é diferente, mas há uma dificuldade crescente diante das altas seguidas no preço do insumo. Essa variação faz com que, em termos relativos, tomar café em bares e restaurantes tenha ficado mais barato do que consumir em casa”, acrescenta o presidente.

Mesmo com a inflação menor em janeiro, a entidade que representa o setor avalia que ainda há desafios importantes para os empresários. Para a Abrasel, a manutenção dos preços abaixo da inflação dos insumos reflete uma resiliência do setor, apesar de representar também um receio em perder clientes, diante de um cenário ainda incerto para o consumo.

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“O comportamento dos preços nos próximos meses dependerá de variáveis como a variação dos custos de produção em função do dólar, a evolução do mercado de trabalho e do poder de compra, além da condução da economia como um todo. Por enquanto, o setor segue operando no limite, buscando equilíbrio entre a necessidade de reajustes e a retenção de clientes”, conclui Solmucci.

Fonte: correiobraziliense

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