22 de Fevereiro de 2025

Tarifaço desrespeita a OMC, diz presidente da Abiquim


O movimento do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de taxar produtos estrangeiros, utilizando-se de tarifas maiores que os limites acordados pela Organização Mundial do Comércio (OMC), segue colocando o comércio internacional em xeque. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro, todo país tem o direito de defender sua nação e indústria interna, desde que seja feito dentro dos acordos internacionais.

Em entrevista aos jornalistas Edla Lula e Pedro Grigori, no Podcast do Correio, Cordeiro analisa que a situação do tarifaço de Trump é “um processo de disputa geopolítica e geoeconômica”, mas alguns atores envolvidos não estão pensando no efeito que isso pode causar ao planeta como um todo. Ele compara a situação à taxação realizada pelo Brasil em cima do aço, alumínio e produtos de papel.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

“O imposto de importação deve ser elevado até o limite permitido pela Organização Mundial de Comércio. Quem passar desse teto, está desrespeitando a regra da OMC, que foi acordada por todo o mundo numa mesa de negociação. É o que o governo americano está fazendo, quando impõe 25%, 35%, 32,5% ao imposto de importação de vários produtos químicos nos Estados Unidos. O Brasil não fez isso. O Brasil age dentro das regras permitidas no direito internacional”, explicou.

Porém, em meio à disputa comercial internacional, o especialista lamentou o fato de a indústria química brasileira — a sexta maior do mundo e responsável por 11,2% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial — estar enfrentando importações predatórias.  registrando um deficit, na balança comercial, de US$ 48,7 bilhões em 2024 e uma redução do faturamento de 2,3%. Dados da Abiquim apontam que a importação de produtos químicos para o Brasil disparou, com um crescimento de 16%, em volume, e atingindo o pior nível da história, em termos de ociosidade da indústria — quando um país produz abaixo da sua capacidade.

“É como em casa. Eu tenho que pagar a luz, eu tenho que pagar a comida, eu tenho que pagar o aluguel da casa, eu tenho uma série de despesas. O que acontece quando esses custos são maiores do que eu posso pagar? Entra no vermelho e a família começa a entrar em crise. A gente começa a ter que apertar daqui, aperta dali. Em alguns casos, a família pode entrar em colapso, inclusive porque não consegue se sustentar. Então, como é empresa é a mesma coisa”, afirmou Cordeiro.

Por outro lado, no início desta semana, o governo federal celebrou um ano da Nova Indústria Brasil (NIB). Na cerimônia, o vice-presidente Geraldo Alckmin citou investimentos na ordem de R$ 3 trilhões para a indústria de modo geral, proposta bem avaliada pelo presidente da Abiquim.

Para Cordeiro, o NIB pode ser um marco para a política industrial brasileira, como foram os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs), criados durante a ditadura militar, momento em que surgiram os pólos petroquímicos brasileiros.

A partir disso, para Cordeiro, a NIB poderá complementar outra política já existente, o Regime Especial da Indústria Química (REIQ), e ingressar a indústria brasileira num patamar internacionalmente mais competitivo.

*Estagiário sob a supervisão de Edla Lula

Fonte: correiobraziliense

Participe do nosso grupo no whatsapp clicando nesse link

Participe do nosso canal no telegram clicando nesse link

Assine nossa newsletter
Publicidade - OTZAds
Whats

Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.