22 de Fevereiro de 2025

Cassinos, arranha-céus e fraude: BBC visita a bizarra cidade construída com golpes


Os altos e brilhantes edifícios que se elevam dos campos de milho ao lado do rio Moei, em Mianmar, formam uma visão tão chocante que é preciso piscar os olhos para ter certeza de que não é fruto da imaginação.

Oito anos atrás, não havia nada no Estado de Karen – apenas árvores, poucas edificações de cimento mal construídas e uma longa guerra civil, que fez daquela região de Mianmar um dos lugares mais pobres do planeta.

Hoje, naquele mesmo lugar, ao longo da fronteira com a Tailândia, uma pequena cidade surgiu como se fosse uma miragem. Seu nome é Shwe Kokko, que significa "árvore tropical dourada".

A cidade é acusada de ter sido construída com scams (golpes). Ela tem vínculos lucrativos, mas mortais, com atividades como fraudes, lavagem de dinheiro e tráfico de pessoas.

O homem por trás de tudo se chama She Zhijiang. Hoje, ele definha em uma prisão da capital tailandesa, Bangkok, aguardando sua extradição para a China.

Mas a Yatai, empresa de She Zhijiang que construiu a cidade, traça um quadro muito diferente de Shwe Kokko nos seus vídeos promocionais — como sendo um resort, um destino seguro de férias para turistas chineses e paraíso para os super-ricos.

A história de Shwe Kokko é fruto da ambição desenfreada de She, que emergiu na China nas últimas duas décadas.

She Zhijiang sonhou em construir aquela cidade reluzente como forma de sair do seu mundo sombrio de golpes e apostas. Mas ele sonhou tão alto que chamou a atenção de Pequim, que se dispôs a erradicar as operações fraudulentas na fronteira entre a Tailândia e Mianmar, que prejudicam cada vez mais os cidadãos chineses.

A publicidade sobre os golpes também prejudica o turismo na Tailândia, que está cortando o fornecimento de energia edifícios ao longo da fronteira e endurecendo suas normas bancárias.

O país também promete bloquear os vistos para pessoas suspeitas de usarem a Tailândia como via de passagem.

Shwe Kokko ficou abandonada em Mianmar após o golpe de Estado de 2021. O país foi devastado pela guerra e não consegue trazer o fluxo de investimentos e visitantes necessário para seguir adiante.

A Yatai tenta corrigir a imagem sinistra da cidade, permitindo visitas de jornalistas. A esperança é que reportagens mais favoráveis possam até tirar She Zhijiang da cadeia.

Por isso, eles convidaram a BBC a visitar Shwe Kokko.

Chegar lá é complicado.

Desde o início da sua construção, em 2017, Shwe Kokko é um lugar proibido, fora do alcance de visitantes casuais. E, com a escalada da guerra civil em Mianmar após o golpe militar de 2021, o acesso ficou ainda mais difícil.

São três dias de viagem partindo do centro comercial do país, Yangon, passando por diversos postos de controle, estradas bloqueadas e correndo o risco real de ficar preso em conflitos armados.

Cruzar a fronteira da Tailândia leva apenas alguns minutos, mas é preciso planejar cuidadosamente a viagem para evitar as patrulhas da polícia e do exército tailandês.

Os colegas de She Zhijiang nos levaram para conhecer o local. Eles destacaram as ruas recém-pavimentadas, as moradias de luxo e as árvores.

"O Sr. She acredita em construir uma cidade verde", eles contam.

Nosso guia foi Wang Fugui. Ele conta que é um ex-policial da cidade de Guangxi, no sul da China.

Wang acabou sendo preso na Tailândia devido a acusações de fraude – segundo ele, falsas. Ali, ele conheceu She Zhijiang e se tornou um dos seus auxiliares de maior confiança.

À primeira vista, Shwe Kokko tem a aparência de uma cidade provincial chinesa. As placas nos edifícios são escritas em ideogramas chineses e existe uma procissão constante de veículos de construção fabricados na China, que entram e saem dos locais em obras.

A Yatai não fala claramente sobre os moradores de todos esses edifícios, nem sobre muitas outras coisas.

"Pessoas ricas, de muitos países, alugam as moradias", segundo eles.

E as empresas situadas ali?

"Muitas empresas. Hotéis, cassinos."

Mas a maior parte das pessoas que observamos era de moradores locais de uma das minorias étnicas de Mianmar, chamada Karen. Eles vêm trabalhar em Shwe Kokko todos os dias.

Vimos muito poucos visitantes estrangeiros, que supostamente seriam clientes dos hotéis e cassinos da cidade.

A Yatai afirma que não há mais golpes em Shwe Kokko. A empresa instalou enormes cartazes por toda a cidade, declarando, em chinês, birmanês e inglês, que o trabalho forçado é proibido e que os "negócios online" devem sair da cidade.

Mas os moradores nos informam silenciosamente que os golpes ainda estão ocorrendo.

Os operadores de scams começaram uma década atrás, no frenesi desregulado de investimentos chineses no litoral do Camboja. Depois, eles se mudaram para a terra sem lei da fronteira de Mianmar com a China. Agora, estabeleceram-se ao longo da fronteira entre a Tailândia e Mianmar.

Em volta deles, o exército de Mianmar e um emaranhado de exércitos rebeldes e senhores da guerra lutam pelo controle do Estado de Karen.

Os golpes se tornaram um negócio multibilionário. Eles envolvem milhares de trabalhadores da China, do sudeste asiático, da África e do subcontinente indiano, os quais são mantidos em complexos murados.

Dali, saem as fraudes que se apropriam das economias de pessoas de todo o mundo.

Alguns trabalham de livre e espontânea vontade, mas outros são raptados e forçados a trabalhar.

Em 8 de fevereiro, dois brasileiros que, segundo familiares, estavam submetidos a trabalho forçado em Mianmar conseguiram escapar do país e chegar à Tailândia.

De acordo com relatos dos parentes de Luckas Viana dos Santos, 31 anos, e Phelipe de Moura Ferreira, 26 anos, à Agência Brasil, eles haviam recebido promessas de bons empregos na Tailândia, mas acabaram levados a Myawaddy, em Mianmar — a cerca de 25 km de Shwe Kokko e também na fronteira com a Tailândia.

Eles eram obrigados a trabalhar mais de 15 horas por dia aplicando golpes na internet, segundo os relatos.

Segundo um comunicado de alerta do Itamaraty, as autoridades têm se deparado recentemente com um "fluxo considerável de brasileiros(as) migrando para o Sudeste Asiático, especialmente Camboja e Mianmar".

"São pessoas em busca de oportunidades de trabalho naquela região, que, em sua grande maioria, aceitaram 'propostas de emprego' em supostas empresas promissoras do ramo de tecnologia da informação, com salários competitivos, comissões por ativos vendidos e passagens aéreas e hospedagem incluídas", diz a cartilha do Ministério das Relações Exteriores.

"Contudo, ao chegarem a parte desses destinos, esses brasileiros(as) se depararam com longas jornadas de trabalho, privação parcial de liberdade, abusos físicos e obrigação de trabalhar em atividades ilícitas (golpes virtuais), condições que, a princípio, podem vir a caracterizar o tráfico internacional de pessoas."

Outras pessoas que conseguiram escapar contam histórias aterrorizantes de surras e tortura. Alguns deles vieram de Shwe Kokko.

Conseguimos conversar com uma jovem que trabalhou em um dos centros de scam, duas semanas antes da nossa visita. Ela não gostou do trabalho e a deixaram sair.

Ela conta que fazia parte da equipe de modelos, basicamente composta por jovens atraentes. Elas entravam em contato com possíveis vítimas e tentavam estabelecer uma relação íntima online com eles.

"Os alvos são os idosos", ela conta. "Você começa a conversa dizendo algo como 'oh, você se parece muito com um dos meus amigos'."

"Quando fazíamos amizade, nós os incentivávamos enviando fotografias, às vezes com roupas de dormir."

Ela explica que, em seguida, a conversa muda para esquemas de enriquecimento rápido, como investimentos em criptomoedas. As mulheres afirmam que ganharam muito dinheiro desta forma.

"Quando eles se sentem próximos, nós os transferimos para o setor de bate-papo", prossegue ela.

"As pessoas do bate-papo irão continuar trocando mensagens com o cliente, para convencê-los a comprar ações da companhia de criptomoedas."

Durante nossa rápida estadia em Shwe Kokko, fomos autorizados a ver apenas o que a Yatai queria que nós víssemos. Ainda assim, ficou evidente que os golpes continuam – e, provavelmente, ainda são o principal negócio da cidade.

Pedimos para ver o interior de algum dos edifícios comerciais recém-construídos, o que foi negado. Eles afirmavam repetidamente que aqueles eram locais privados.

Fomos escoltados todo o tempo por seguranças da milícia que controla aquela parte da fronteira.

Eles nos autorizaram a filmar o trabalho de construção e o lado externo dos edifícios. Muitas das janelas tinham barras no lado interno.

"Todos em Shwe Kokko sabem o que acontece ali", declarou a jovem que costumava trabalhar em um centro de scam.

Ela desmentiu a afirmação da Yatai de que os centros de golpes não são mais permitidos na cidade.

"Isso é mentira", segundo ela. "Não há como eles não saberem disso."

"A cidade inteira faz isso naqueles arranha-céus. Ninguém vai até lá para se divertir. Não há como a Yatai não saber."

"Posso garantir que a Yatai nunca aceitaria golpes e fraudes online", afirmou She Zhijiang, durante uma ligação da penitenciária Remand, em Bangkok, onde ele está preso.

A Yatai quis que ouvíssemos aquilo da sua própria voz e instalou um link de vídeo por cabo. Wang era o único que podia ser visto falando com ele. Nós precisamos ficar fora do campo de visão dos guardas da penitenciária e contar com Wang para apresentar a ele nossas perguntas.

Não se sabe muito sobre She Zhijiang, um empresário do interior da China. Pequim afirma que ele é um mestre do crime.

She nasceu em 1982, em uma aldeia pobre na província de Hunan, no centro-sul da China. Ele saiu da escola aos 14 anos e aprendeu programação de computadores.

Aparentemente, ele se mudou para as Filipinas com pouco mais de 20 anos de idade e começou a lidar com apostas online, o que é proibido na China. Foi ali que ele começou a ganhar dinheiro.

Em 2014, a Justiça chinesa condenou She por administrar uma loteria ilegal, mas ele permaneceu no exterior. Ele investiu em apostas no Camboja e conseguiu obter cidadania cambojana.

She já usou pelo menos quatro nomes diferentes.

Em 2016, ele fez um acordo com um senhor da guerra da etnia Karen chamado Saw Chit Thu. Os dois iriam construir uma cidade juntos.

She Zhijiang forneceria o dinheiro, os materiais e as máquinas de construção chinesas. Já Saw Chit Thu e seus 8 mil combatentes armados manteriam a segurança da cidade.

Vídeos chamativos da Yatai prometiam investimentos de US$ 15 bilhões (cerca de R$ 86,9 bilhões). Eles mostravam um paraíso de arranha-céus, com hotéis, cassinos e ciberparques.

Shwe Kokko era descrita como parte da Nova Rota da Seda do presidente chinês Xi Jinping, que leva fundos e infraestrutura chinesa para o mundo.

A China se distanciou publicamente de She Zhijiang em 2020 e o governo de Mianmar iniciou uma investigação sobre a Yatai, que construiu muito mais do que as 59 moradias autorizadas pela sua licença de investimento.

A empresa também operava cassinos antes que eles fossem legalizados em Mianmar.

Em agosto de 2022, após um pedido da China à Interpol, She Zhijiang foi capturado e preso em Bangkok. Ele e seu parceiro comercial, Saw Chit Thu, também sofreram sanções do governo britânico, pelas suas ligações com o tráfico de pessoas.

She afirma que foi vítima de trapaça pelo Estado chinês. Ele defende que fundou sua empresa com base nas instruções do Ministério da Segurança do Estado da China e defende que Shwe Kokko, na época, fazia parte da Nova Rota da Seda.

She acusa os líderes comunistas da China de se voltarem contra ele por ter se recusado a conceder ,o controle do projeto. Eles queriam uma colônia na fronteira entre a Tailândia e Mianmar, segundo ele.

A China nega ter mantido relacionamento comercial com She Zhijiang.

Embora negue qualquer irregularidade por parte da Yatai, She Zhijiang admite que existe "grande probabilidade" de que golpistas viajem para Shwe Kokko para gastar seu dinheiro.

"Porque a nossa Cidade da Yatai é totalmente aberta para todas as pessoas, que podem entrar e sair livremente", afirma ele. "Recusar clientes, para um homem de negócios como eu, é muito difícil. Esta é minha fraqueza."

Mas é preciso ser imensamente crédulo para acreditar que a Yatai, que administra tudo em Shwe Kokko, não tenha conseguido impedir a entrada e saída de golpistas da cidade.

Também é difícil imaginar que outros negócios, além dos golpes, possam decidir operar ali.

Com a Tailândia suspendendo a energia e as telecomunicações, a eletricidade vem de geradores a diesel e sua operação é cara. As comunicações são feitas pelo sistema de satélites Starlink, de Elon Musk, que também tem custos muito altos.

A estratégia da Yatai é "encobrir o projeto para criar uma narrativa de que Shwe Kokko é uma cidade segura", segundo Jason Tower, do Instituto para a Paz americano. Ele passou anos pesquisando as operações de golpes em Shwe Kokko.

Tower afirma que eles podem até "começar a mudar alguns dos componentes mais notórios da indústria de scams, como a tortura, para outras regiões".

Mas ele não acha que o plano irá funcionar.

"Que tipo de empresa legítima irá para Shwe Kokko?", questiona ele.

"Simplesmente, não é atraente. A economia continuará a ser uma economia de golpes."

Quando fomos finalmente autorizados a observar o interior de um cassino em Shwe Kokko, administrado por um australiano, ele nos disse que o estabelecimento estava para ser fechado.

Os únicos clientes no seu interior eram moradores locais da etnia Karen, em um jogo popular do tipo fliperama, no qual eles precisavam atirar em peixes digitais.

Fomos proibidos de fazer entrevistas. Os salões dos fundos, com mesas de cartas e roletas, estavam vazios.

O gerente australiano contou que o cassino, construído seis anos atrás, era popular e lucrativo quando havia apenas um ou dois deles na cidade, antes da guerra civil.

Mas, atualmente, com pelo menos nove cassinos em operação, não há clientes em quantidade suficiente para mantê-los.

O dinheiro real estava nas apostas online, que ele conta que era o principal negócio de Shwe Kokko.

É impossível saber quanto dinheiro geram as apostas online e quanto vem de atividades abertamente criminosas, como golpes e lavagem de dinheiro. Elas normalmente são conduzidas nos mesmos prédios e pelas mesmas equipes.

Perguntamos à Yatai quanto dinheiro eles ganham, mas não recebemos resposta, nem mesmo um valor estimado. É informação privada, segundo eles.

A empresa está registrada em Hong Kong, Mianmar e na Tailândia. Mas são pouco mais do que empresas de fachada e muito pouca receita passa através delas.

Nós recusamos a oferta da Yatai de nos mostrar a pista de kart, a fazenda modelo e o parque aquático construídos por eles. Nós vimos de relance outro cassino, enquanto éramos levados para tomar café da manhã no hotel de luxo da Yatai, mas não conseguimos entrar. Ele parecia vazio.

O único outro local que fomos autorizados a visitar foi um clube de karaokê, com salas privadas espetaculares, em forma de cúpulas cavernosas totalmente cobertas por telas digitais, onde nadavam tubarões e enormes peixes tropicais.

Eles também apresentaram vídeos em sequência, exaltando a visão e as virtudes de She Zhijiang. O clube também parecia deserto, exceto por algumas jovens chinesas que trabalham ali.

Elas usavam máscaras de ópera chinesa para não serem identificadas e dançavam de forma entusiasmada, pouco antes de pararem e se sentarem.

Não era permitido fazer entrevistas. Pudemos falar com uma funcionária da etnia Karen, mas ela ficou tão intimidada que não conseguimos saber muito mais do que seu nome.

Na sua ausência, She Zhijiang deixou a administração de Shwe Kokko a cargo de um jovem protegido chamado He Yingxiong.

Com 31 anos de idade, ele mora com Wang Fugui em uma extensa moradia construída nas margens do rio Moei, com vista para a Tailândia. Ela é protegida por enormes guarda-costas chineses.

Ali, eles jogam mahjong, comem e bebem do melhor e administram os negócios.

He apresenta uma explicação levemente diferente do seu patrão para os golpes que ainda são operados debaixo dos seus narizes.

"Somos apenas empreiteiros imobiliários", afirma ele. "Posso garantir que este tipo de coisa não acontece aqui."

"Mas, mesmo se acontecer, os moradores locais têm seu próprio sistema jurídico e são responsáveis por lidar com isso. O nosso trabalho é apenas fornecer boa infraestrutura, boas construções e indústrias de apoio."

Mas não existe sistema jurídico naquela parte de Mianmar, nem governo. A região é administrada por diversos grupos armados, que controlam diferentes trechos do território ao longo da fronteira com a Tailândia.

Seus comandantes decidem quem pode construir ou administrar os negócios e levam sua parte dos lucros para ajudar a financiar sua guerra contra o exército do país ou contra outras facções.

Sabe-se que muitos deles administram esquemas de golpes.

He Yingxiong concorda que a guerra permitiu que a Yatai conseguisse comprar a terra com preço tão barato. Grupos de defesa dos direitos humanos da etnia Karen acusaram Saw Chit Thu de expulsar os moradores nativos das suas terras, sem compensação mínima. Mas a Yatai claramente também está oferecendo os empregos tão necessários para os moradores locais.

O caos no Estado de Karen é que o torna tão atraente para os negócios ilegais. E esta situação não ajuda a melhorar a imagem de Shwe Kokko, nem as últimas manchetes.

Em janeiro, o ator chinês Wang Xing, de 22 anos, foi resgatado de um centro de scam na fronteira. Ele foi atraído para a Tailândia por uma oferta de trabalho em um filme.

Seu desaparecimento gerou uma série de questionamentos nas redes sociais chinesas, que forçaram as autoridades da China e da Tailândia a formar uma operação conjunta para liberar o ator.

Outros resgates se seguiram e os turistas chineses estão cancelando suas férias na Tailândia, temendo pela sua segurança.

A BBC recebeu e-mails de vítimas de golpes pedindo ajuda. As organizações de resgate acreditam que ainda haja milhares de pessoas capturadas. Quase todas estão em complexos menores, ao longo da fronteira sul de Shwe Kokko.

A Yatai destacou para a reportagem que eles não agem como essas operações violentas. Algumas delas são um pouco mais do que um conjunto de abrigos construídos em clareiras na floresta. É ali que acontecem, agora, todas as más ações, segundo eles.

Eles comentaram sobre o KK Park, um complexo famoso ao sul da cidade fronteiriça de Myawaddy, e Dongmei, um conjunto de edificações baixas administrado por um proeminente senhor do crime chinês chamado Wan Kuok Koi, mais conhecido como Dente Quebrado.

Esta distinção não foi benéfica para She Zhijiang, que já manteve conexões com políticos, chefes de polícia e até com membros menores da realeza da Tailândia.

Atualmente, ele parece ter perdido até mesmo a influência que já teve um dia na prisão, para comprar privilégios especiais. Ele se queixou de ser mal tratado pelos guardas.

Seus advogados estão recorrendo contra o alerta vermelho da Interpol, usado para justificar sua prisão. Mas a voz da China provavelmente irá soar mais alto para determinar o seu destino.

Na sua entrevista conosco, Shi Zhijiang pareceu verdadeiramente indignado com a sua súbita falta de sorte.

"Antes, eu não tinha conhecimento sobre os direitos humanos", declarou ele, "mas agora realmente entendo como é horrível ter seus direitos humanos violados."

"É difícil imaginar como os direitos humanos das pessoas comuns na China são ignorados se um homem de negócios respeitado como eu, que costumava poder ir aos mesmos banquetes de Estado de Xi Jinping, não tem nenhuma proteção sobre sua dignidade e seus direitos humanos."

Parece que ele realmente acreditava que poderia construir algo que, um dia, iria transcender as origens sórdidas de Shwe Kokko como a cidade dos golpes.

É difícil prever o que irá acontecer com ele agora. Mas, se os governos da China e da Tailândia continuarem agindo para pôr fim aos golpes, suas fontes de dinheiro começarão a secar em breve.

Fonte: correiobraziliense

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