23 de Fevereiro de 2025

Macron convoca líderes europeus para discutir guerra entre Rússia e Ucrânia


Convocados de emergência pelo presidente da França, Emmanuel Macron, líderes europeus se reúnem hoje, em Paris, para buscar uma solução diplomática para o fim do impasse que envolve a guerra entre Rússia e Ucrânia. A mobilização ocorre logo depois da interferência direta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao indicar que negociará diretamente com os russos para encerrar os confrontos armados.

A ideia é evitar a exclusão dos europeus, uma ameaça diante do avanço de Trump, que não procurou outros líderes na busca por alternativas à guerra. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, confirmou que o objetivo de Macron é reunir "os principais países europeus" para discutir a "segurança europeia".

Participarão da reunião em Paris representantes da Alemanha, da Polônia, da Itália, da Dinamarca e do Reino Unido, que não faz mais parte da União Europeia. Também estarão presentes o presidente do Conselho Europeu, António Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da Organização do tratado do atlântico Norte (Otan), Mark Rutte.

O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, admitiu ontem que "não será fácil" resolver o conflito. "Um processo rumo à paz não é questão de uma reunião", ressaltou. Nos próximos dias, ele comanda uma delegação que irá a Riad, na Arábia Saudita, para discutir o assunto com os russos. "Ainda não há nada concreto", completou. Pela primeira vez, ele mencionou a possibilidade de incluir a Ucrânia "e implicaria fim da guerra". O assessor de Segurança Nacional, Michael Waltz, e o enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff, devem se unir a Rubio, em Riad.

Na última quarta-feira, Trump surpreendeu os europeus ao afirmar que havia conversado com o presidente russo, Vladimir Putin, para iniciar negociações sobre a Ucrânia. O anúncio fez com que os líderes europeus temessem ficar excluídos das negociações para colocar fim à guerra na Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

A questão foi um dos temas da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, que terminou ontem. Na cúpula, o enviado especial do governo dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, afirmou, em resposta a uma pergunta sobre a participação europeia nas negociações: "Eu pertenço à escola realista, não acho que isso vá acontecer".

O chanceler da França enfatizou que "somente os ucranianos podem decidir parar de lutar, e nós os apoiaremos enquanto eles não tomarem essa decisão". Barrot acrescentou que: "(Os ucranianos) não vão parar até que tenham certeza de que a paz oferecida a eles será duradoura" e até que tenham garantias de segurança.

Para o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, a Rússia se prepara para "fazer a guerra" contra uma Otan debilitada após Trump reduzir o apoio à organização. Segundo ele, o norte-americano tem força o suficiente para pressionar Putin a negociar um cessar-fogo, mas alertou: não se deve confiar no russo. "Acreditamos que Putin fará a guerra contra a Otan", disse Zelensky à NBC.

De acordo com o ucraniano, Putin tem claros planos expansionistas. "Não sei (se) vão querer 30% da Europa, 50%, não sei. Ninguém sabe. Mas terão esta possibilidade", ressaltou Zelensky, apelando para que a Europa crie um "exército" próprio para contra-atacar os russos. "Realmente acredito que chegou o momento. As Forças Armadas da Europa devem ser criadas."

Esse Exército, proposto pelo ucraniano, foi debatida há anos, sem sucesso. O alerta dele ocorre após o anúncio de enviados de Trump sobre a intenção de reunião na Arábia Saudita com seus contrapartes de Moscou e Kiev. "Não confiem nele. Não confiem em Putin", destacou o ucraniano.

Fonte: correiobraziliense

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