21 de Fevereiro de 2025

Até 2100, mais de 80% dos anfíbios do Pantanal perderão seu habitat


A bacia do Alto Paraguai, que inclui o Pantanal, pode perder quase todas as áreas adequadas para a vida de sapos, rãs e pererecas até o fim do século. Ao cruzar um banco de dados sobre localização das espécies da região com as projeções climáticas para 2100, pesquisadores do Brasil e da Suíça concluíram ainda que mais de 80% desses anfíbios serão impactados.

Considerando os dados sobre biodiversidade de anfíbios, os autores do estudo propõem a criação de novas unidades de conservação na bacia do Alto Paraguai, em locais que serão mais adequados para esse grupo de animais, que é altamente dependente da umidade.

“As unidades de conservação de proteção integral atualmente protegem muito pouco as espécies de anfíbios do Pantanal, a maior planície inundável do mundo. É preciso expandir as áreas protegidas, considerando o cenário de um futuro mais quente e seco”, explica Mario Ribeiro Moura, que coordenou o estudo durante o período que passou como pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp).

Na pesquisa foram analisados mais de 4 mil registros de ocorrência das 74 espécies de anfíbios conhecidas da bacia do Alto Paraguai, que além do Pantanal, no Brasil, inclui partes do Paraguai e da Bolívia.

As poucas áreas que seriam adequadas para abrigar anfíbios no futuro se encontram atualmente no norte da bacia do Alto Paraguai, na transição com o Cerrado, próxima a Cuiabá (MT), e no sudeste da região, perto de Campo Grande (MS), além da parte sudoeste, próxima ao Chaco paraguaio (região semiárida no Paraguai).

Além de defenderam a criação de novas unidades de conservação integral e a ampliação das atuais, os pesquisadores ressaltam a necessidade de reduzir os impactos de práticas agropecuárias inadequadas e promover a restauração de ecossistemas aquáticos.

“Em resumo, apenas 13,7% das áreas protegidas atuais na bacia do Alto Paraguai demonstram um potencial de abrigar mais ou perder menos espécies em pelo menos um cenário futuro. A maioria dessas áreas são terras indígenas”, cita Mario Ribeiro Moura.

A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Applied Ecology e pode ser acessada na íntegra neste link.

Com informações da Agência Fapesp*

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Fonte: correiobraziliense

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