21 de Fevereiro de 2025

Fóssil de 'monstro marinho' descoberto em 2021 pode ser falso


Uma nova espécie descrita em 2021 pode ter sido baseada em um fóssil falsificado, segundo pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá. A descoberta em questão é uma espécie de monossauro nunca antes documentada, que tinha dentes afiados como uma "lâmina serrilhada" e vivia nas águas de onde hoje é o Marrocos, há cerca de 66 milhões de anos.

Um exemplar de mandíbula foi encontrada há quatro anos e foi estimada como tendo entre 72,1 milhões e 66 milhões de anos. O fóssil, encontrado em uma mina de fosfato na província marroquina de Khouribga, foi usado por pesquisadores para descrever a espécie, nomeada Xenodens calminechari.

No entanto, desconfiados de fraude, uma equipe de cientistas da Universidade de Alberta solicitou a realização de tomografias computadorizadas nos restos disponíveis para verificar a autenticidade do fóssil. Segundo Henry Sharpe, autor principal de um novo estudo, se ficar comprovado que se trata de uma fraude, a literatura científica deverá reconhecer a mandíbula como uma falsificação.

Os monossauros eram répteis marinhos predadores que viveram nos mares durante o período Cretáceo, entre 145 e 66 milhões de anos atrás. Eles tinham de três a 15 metros de comprimento.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Para os cientistas que encontraram a mandíbula em 2021, a nova espécie tinha dentes pequenos, curtos em formato de lâmina, que juntos formavam uma borda cortante semelhante a uma serra. Essa configuração é incomum entre os escamados, grupo aos quais pertencem os monossauros, e também entre os tetrápodes, que inclui os vertebrados de quatro membros.

Dentes do fóssil de Xenodens calminechari
Dentes do fóssil de Xenodens calminechari (foto: Reprodução)

Ao perceber esta peculiaridade, Sharpe iniciou uma revisão crítica do caso. O especialista percebeu que dois dentes do monossauro aparecem muito próximos, dentro do mesmo alvéolo dentário, o que não acontece em outras espécies do grupo, em que cada dente tem seu próprio alvéolo.

Outra característica do fóssil é que dois dentes apresentavam material adicional, conhecido como "superposição medial", em um dos lados. Isso não deveria ocorrer no desenvolvimento normal desses animais.

De acordo com os pesquisadores, o fato de o fóssil ter sido encontrado em uma região conhecida por modificar fósseis para aumentar o valor de mercado deles aumenta ainda mais a desconfiança. 

Somente após a realização da tomografia computadorizada, Sharpe e sua equipe poderão analisar a estrutura interna da mandíbula e definir se ela é autêntica ou foi alterada. Até lá, permanece a dúvida.

Fonte: correiobraziliense

Participe do nosso grupo no whatsapp clicando nesse link

Participe do nosso canal no telegram clicando nesse link

Assine nossa newsletter
Publicidade - OTZAds
Whats

Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.