A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta terça-feira (18), 34 pessoas no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está entre os implicados. Segundo o procurador Paulo Gonet, ele teria liderado o suposto plano para se manter no poder após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A PGR pede que Bolsonaro responda pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Entre as outras 33 pessoas denunciadas pela PGR estão o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, general Braga Netto; e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Veja a lista completa de denunciados:
Aliado próximo de Bolsonaro, o militar reformado foi preso após ser indiciado no inquérito que investiga o suposto esquema de fraude em cartões de vacinação.
Chegou a concorrer a deputado estadual pelo PL no Rio de Janeiro, em 2022, mas não se elegeu.
Deputado federal, concorreu à prefeitura do Rio de Janeiro em 2024 ano pelo PL. É ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e delegado da Polícia Federal.
Almirante de esquadra e ex-comandante da Marinha no governo de Bolsonaro. Ele deu declarações defendendo os acampamentos em frente a quartéis do Exército depois da derrota de Bolsonaro na eleição de 2022.
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-delegado da Polícia Federal. A polícia encontrou com ele uma minuta (uma proposta de decreto) para que o presidente instaurasse um Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter o resultado do segundo turno das última eleição presidencial.
Depois da derrota de Bolsonaro, passou a ocupar o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Foi preso depois de ser acusado de ser conivente e omisso na invasão e vandalização dos prédios da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Major da reserva do Exército. No governo Bolsonaro, foi diretor de monitoramento e avaliação do Sistema Único de Saúde (SUS). No período, promoveu ataques e informações falsas contra a Covid-19 e as medidas sanitárias da pandemia.
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional no governo Bolsonaro e general da reserva do Exército. Foi capitão do Exército brasileiro durante a ditadura militar.
A Polícia Federal afirmou em seu relatório sobre o caso que o grupo que tramava um golpe pretendia criar um "gabinete de gestão de crise" comandado por Heleno.
Coronel que faria parte de grupo que buscou incitar golpe dentro das Forças Armadas, segundo as provas apresentadas.
Investigado na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que deteve, em fevereiro de 2024, vários oficiais militares e auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro suspeitos de envolvimento em tentativa de invalidar o resultado das eleições de 2022.
Ganhou liberdade provisória em março de 2024 por colaborar com a investigação.
Engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Trabalhou no passado no desenvolvimento das urnas eletrônicas — e chegou a tentar registrar suas patentes. Questionou a segurança das urnas na eleição de 2022.
Coronel da reserva do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres, é investigado por possível participação em articulações que visavam desestabilizar o governo eleito e promover ações contrárias à ordem democrática. Também foi alvo da operação Tempus Veritatis.
General da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, foi acusado de pela Polícia Federal de integrar o Núcleo de Oficiais de Alta Patente e Apoio. Caberia a este núcleo dar suporte e executar ações como o sequestro do ministro Alexandre de Moraes. A tarefa seria responsabilidade de militares de Forças Especiais do Exército, os chamados "kids pretos", que à época ficavam subordinadas a ele.
Coronel do Exército. Estaria envolvido na elaboração de cartas enviadas a militares da alta cúpula militar que pediam apoio ao golpe. Foi adido do Exército em Tel Aviv, capital de Israel. Chegou a ser condecorado por Lula no ano passado.
Ex-assessor da Presidência da República, foi indiciado em fevereiro. Em novembro de 2022, Martins teria apresentado ao ex-presidente uma minuta que previa a intervenção no Poder Judiciário após as eleições de 2022 para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Foi preso de forma preventiva em fevereiro de 2024, mas solto em agosto.
Delegado da Polícia Federal e ex-Diretor de Operações do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo a PGR, ele teria, ao lado de outras pessoas, coordenado "o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima" de Bolsonaro no poder.
Subtenente do Exército. Teria feito monitoramento clandestino de opositores políticos, coletando informações de forma ilegal para favorecer ações golpistas. Foi preso e posteriormente liberado na investigação sobre a "Abin paralela".
Tenente-coronel e ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia. Ao receber a Polícia Federal em fevereiro, durante investigação da Operação Tempus Veritas, ele desmaiou.
Tenente-coronel do Exército. Foi exonerado do cargo de comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, em fevereiro de 2024, após ter sido alvo de operação da PF. Foi um dos cinco "kids pretos" presos no ano passado.
Ex-presidente da República, derrotado nas eleições de 2022 por Lula. Segundo a PGR, ele chegou a participar da formulação e edição de minutas do golpe — esboços desses textos foram apreendidos e são apresentados como provas na denúncia.
Além disso, segundo a denúncia, o ex-presidente estaria totalmente a par do plano "Punhal Verde Amarelo", que teria por objetivo assassinar Lula, o vice eleito Geraldo Alckmin, além de Alexandre de Moraes.
Bolsonaro nega que tenha planejado um golpe de Estado. Em manifestação enviada à imprensa, o ex-presidente disse que "jamais compactuou" com qualquer movimento que visasse um golpe de Estado e que a acusação não apresenta nenhuma mensagem enviada por ele que o incrimine.
Policial federal, comandou o Centro de Inteligência Nacional (CIN) durante a gestão de Alexandre Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
É acusado de integrar a "Abin paralela".
Coronel da reserva. Foi assessor especial da Presidência da República, no gabinete de Bolsonaro. Foi indiciado por lavagem de dinheiro no caso que investiga um suposto esquema de negociação ilegal de joias dadas por delegações estrangeiras ao presidente Jair Bolsonaro.
Coronel do Exército. Segundo a PGR, integrava o grupo de whatsapp "Dossss!!!!", administrado por Mauro Cid, composto somente por oficiais das Forças Especiais.
É suspeito de participar de um grupo que planejou as mortes de Lula, Alckmin e Moraes. Foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele também exerceu a função de assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), mas foi afastado do posto por determinação do STF.
Nos arquivos de Mário Fernandes teria sido encontrado um documento que planejava instituir um "gabinete institucional de gestão da crise". Ele entraria em operação no dia 16 de dezembro de 2022, dia seguinte ao ataque.
A PF diz que um documento com o plano do "Punhal Verde Amarelo" foi impresso por Fernandes no Palácio do Planalto em 9 de novembro de 2022.
Delegada da Polícia Federal e ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres. Segundo a PGR, ela teria, ao lado de outras pessoas, coordenado "o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima" de Bolsonaro no poder.
Ex-ajudante de ordens da Presidência e tenente-coronel afastado do Exército. Foi preso em maio de 2023 no âmbito da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Foi preso novamente em março do ano passado durante depoimento à Polícia Federal, após o vazamento de áudios que mostram uma conversa em que Cid faz ataques à corporação e ao STF.
Ele chegou a ser solto por um período, mas foi detido novamente por descumprimento de medidas judiciais e por obstrução de Justiça. Deixou o batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, em 9 de setembro, quando firmou colaboração premiada com a PF e foi solto por decisão do STF.
É considerado peça-chave nas investigações por conta de sua delação premiada.
General do Exército suspeito de envolvimento na elaboração de planos que buscavam impedir a posse de Lula. Comanda a 2ª Brigada de Infantaria de Selva.
Empresário e neto do ex-presidente João Figueiredo. Era comentarista da rádio Jovem Pan de São Paulo. Quando foi acusado pela Polícia Federal, declarou: "Sinto-me honrado em ser perseguido pela GESTAPO do Alexandre [de Moraes]. Agora temos um jornalista indiciado pelo 'crime de reportagem inconveniente'".
Ex-ministro da Defesa, general da reserva e ex-comandante do Exército. Como ministro da Defesa, esteve à frente da interlocução das Forças Armadas com o Tribunal Superior Eleitoral. Nogueira enviou um ofício em junho de 2022 com queixas ao TSE de que sete propostas feitas pelas Forças Armadas não estariam sendo devidamente consideradas.
Tenente-coronel, fazia parte do grupo "kids pretos" que, segundo a PGR, atuou para tentar convencer o Alto Comando do Exército a impedir que Lula assumisse a presidência.
A PF apontou ainda que o major Rafael Martins de Oliveira seria o líder da operação "Copa 2022" — o plano para dar o golpe depois da eleição vencida por Lula.
Coronel da reserva do Exército, ocupou o cargo de chefe de gabinete de Mario Fernandes, então secretário-executivo da Secretária-geral da Presidência da República.
Segundo a PGR, ele teria sido um dos responsáveis pelas "operações estratégicas de desinformação" conduzidas pelo grupo. Além disso, foi acusado de "tentativa de manipulação" de um relatório de fiscalização das Forças Armadas sobre as eleições de 2022.
Segundo a PGR, foi um dos responsáveis por liderar ações de campo voltadas ao monitoramento e neutralização do ministro Alexandre de Moraes.
Em depoimento à Polícia Federal, declarou que possui formação em Forças Especiais do Exército e que, entre outubro e dezembro de 2022, exercia a função de chefe da seção de preparo do Comando de Operações Especiais (Copesp).
Tenente-coronel do Exército é acusado de participar de discussões sobre minuta golpista.
Tenente-coronel que fazia parte do "Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral".
Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), preso em 2023 por interferência nas eleições presidenciais. Foi solto em agosto de 2024 e, em janeiro deste ano, se tornou secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José (SC).
Ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro em 2022. General da reserva.
Segundo a PF, Braga Netto teria chefiado, junto com Augusto Heleno, um suposto gabinete de crise que seria instaurado após a execução do golpe de Estado a fim de realizar novas eleições. Braga Netto teria participado da elaboração dos planos golpistas e, inclusive, realizado uma reunião sobre o tema em sua residência em Brasília.
Policial federal que atuava na segurança do hotel onde o presidente Lula se hospedou durante a transição. Ele é acusado de integrar o grupo que discutiu o planejamento de assassinatos de líderes como Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.
Fonte: correiobraziliense
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