As ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) fecharam esta quinta-feira (20/2) em queda de 2,97%, no valor de R$ 28,00, após a divulgação do balanço da empresa referente ao quarto trimestre de 2024.
O resultado negativo dos papeis veio mesmo um após a divulgação do lucro líquido de R$ 9,58 bilhões no último quarto do ano passado, o que representa uma avanço de 1,5% na comparação com o mesmo período em 2023.
O desempenho do banco em 2024 foi alavancado pelo avanço da margem financeira bruta em 11,2%, das receitas de prestação de serviço em 4,9% e pelo controle das despesas administrativas em 4,4%, de acordo com o BB.
A carteira de crédito ampliada também registrou um saldo de R$ 1,3 trilhão, com aumento de 15,3% nos 12 meses.Também em 2024, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco recuou para 20,8%, ante 22,5% no quarto trimestre de 2023 e 21,1% no trimestre imediatamente anterior. Já a margem financeira bruta aumentou 4% na comparação com 2023, para R$ 26,79 bilhões.
A provisão para créditos de liquidação duvidosa teve queda de 7,2%, para R$ 9,26 bilhões.
Mesmo com o resultado do último trimestre de 2024 indicando um lucro maior no período, as ações do Banco do Brasil tiveram um dia de queda mais intensa.
De acordo com a análise de corretoras e empresas especializadas em investimento, a queda se deve a uma percepção negativa entre investidores sobre a qualidade dos ativos. Entre as preocupações, estão a Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que ficou abaixo da formação do NPL – que indica a variação do saldo de créditos em atraso.
Esse indicador subiu em razão do setor do agro, o que levanta preocupações a respeito de uma possível deterioração dos resultados futuros.Apesar disso, entre os grandes bancos, o Banco do Brasil foi o único a elevar suas provisões, registrando um crescimento de 28,2% em 2024 na comparação ao ano anterior. Com R$ 41,9 bilhões provisionados, o banco alcançou o maior nível de PDD já registrado desde 2010, deixando para trás os concorrentes privados.
O levantamento foi feito pela Elos Ayta Consultoria.“O Banco do Brasil, que tem forte exposição ao agronegócio e ao crédito rural, parece adotar uma abordagem mais cautelosa diante das oscilações do setor.
Já os bancos privados indicam um ajuste em suas carteiras, após anos de forte expansão no crédito e alta da inadimplência”, avalia, em nota, a consultoria. No entanto, de acordo com a XP, outros motivos de preocupação para o BB são a redução das projeções futuras para o crescimento da carteira de crédito, além da queda significativa nos índices de capital e de uma provável redução do payout, que representa o pagamento de dividendo em relação ao lucro, para um intervalo entre 40% e 45%. Anteriormente, era de 45%.
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