24 de Fevereiro de 2025

Por que ucranianos voltaram a temer que país deixe de existir


Kiev não parece mais uma cidade em guerra como era há três anos. As lojas estão abertas, e os moradores se atrasam presos em engarrafamentos a caminho do trabalho.

Mas, desde 12 de fevereiro deste ano, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, telefonou para Vladimir Putin, presidente da Rússia, para enviar uma espécie de abraço político de 90 minutos da Casa Branca para o Kremlin, os velhos pesadelos de 2022 sobre a extinção nacional voltaram.

Os ucranianos costumavam ficar irritados com a forma como o presidente americano Joe Biden controlava o envio de sistemas de armas e restringia a maneira como a Ucrânia usava os que chegavam aqui. Mesmo assim, eles sabiam de que lado ele estava.

Em vez disso, Donald Trump proferiu uma sequência de exageros, meias-verdades e mentiras descaradas sobre a guerra que ecoam as opiniões de Putin.

Entre elas, está o desdém ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a quem chamou de "ditador" que não merece um lugar à mesa de negociações quando os Estados Unidos e a Rússia decidirem o futuro do seu país.

A maior mentira contada por Trump é que a Ucrânia iniciou a guerra.

A estratégia de negociação de Trump é oferecer concessões antes mesmo do início de negociações sérias.

Em vez de pressionar o país que violou o direito internacional ao invadir seu vizinho, causando enorme destruição e deixando centenas de milhares de mortos e feridos, ele se voltou contra a Ucrânia.

Suas declarações públicas ofereceram à Rússia importantes concessões, afirmando que a Ucrânia não vai aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e aceitando que mantenha pelo menos parte dos territórios que tomou à força.

O histórico de Vladimir Putin mostra que ele respeita a força. Ele considera as concessões como um sinal de fraqueza.

Ele não cedeu em sua exigência de obter ainda mais terras ucranianas do que as que seus homens ocupam atualmente.

Imediatamente após as primeiras negociações entre a Rússia e os EUA desde a invasão de 2022, realizadas na Arábia Saudita, o ministro das Relações Exteriores de Putin, Sergei Lavrov, repetiu sua exigência de que nenhuma tropa da Otan fosse autorizada a entrar na Ucrânia para fornecer garantias de segurança.

Um diplomata europeu veterano que já lidou com os russos e os americanos me disse que, quando o experiente Lavrov encontrou o novato secretário de Estado de Trump, Marco Rubio, "ele o teria comido como um ovo cozido".

Há alguns dias, enquanto Trump lançava mais insultos contra o presidente da Ucrânia, fui até o bairro governamental fortemente vigiado em Kiev para me encontrar com Ihor Brusylo, que é um alto conselheiro de Zelensky e vice-chefe do seu gabinete. Brusylo reconheceu a pressão que Trump está exercendo sobre eles.

"É muito, muito difícil. São tempos muito difíceis e desafiadores", disse Brusylo. "Eu não diria que agora é mais fácil do que era em 2022. É como se você vivesse tudo de novo."

Brusylo afirmou que os ucranianos e seu presidente estavam tão determinados a lutar para permanecer independentes quanto estavam em 2022.

"Somos um país soberano. Fazemos parte da Europa, e continuaremos assim."

Nas semanas após Vladimir Putin ter ordenado a invasão em grande escala da Ucrânia, o som das batalhas nos arredores de Kiev ecoava nas ruas que estavam praticamente vazias.

Postos de controle e barricadas, muros de sacos de areia e armadilhas para tanques soldadas em vigas de aço foram espalhadas às pressas pelas amplas avenidas de Kiev.

Na estação ferroviária, 50 mil civis por dia, a maioria mulheres e crianças, embarcavam em trens rumo ao oeste, longe dos russos.

As plataformas estavam lotadas e, a cada vez que um trem chegava, vinha outra onda de pânico, com as pessoas se acotovelando para entrar.

Naqueles dias gelados, com ventos fortes e nevascas, parecia que as cores do século 21 estavam desvanecendo, se transformando em um antigo cinejornal monocromático que os europeus acreditavam, até então, estar guardado em segurança nos cofres da história.

Zelensky, nas palavras de Joe Biden, "não queria ouvir" os avisos americanos de que uma invasão era iminente. Putin fazendo demonstrações de força era uma coisa. Uma invasão em grande escala, com dezenas de milhares de soldados e colunas de veículos blindados, certamente pertencia ao passado.

Putin acreditava que o poderoso e modernizado Exército russo daria conta rapidamente do obstinado e independente país vizinho, e de seu recalcitrante presidente.

Os aliados ocidentais da Ucrânia também acreditavam que a Rússia venceria rapidamente. Nos canais de notícias na televisão, generais aposentados falavam sobre o contrabando de armas leves para armar uma insurgência, enquanto o Ocidente impunha sanções e torcia pelo melhor.

Enquanto as tropas russas se amontoavam nas fronteiras da Ucrânia, a Alemanha entregou 5 mil capacetes balísticos de combate, em vez de armas ofensivas. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, ex-campeão mundial de boxe, reclamou para um jornal alemão, dizendo que isso era "uma piada... Que tipo de apoio a Alemanha vai enviar em seguida, travesseiros?"

Zelensky recusou qualquer ideia de deixar a capital para formar um governo no exílio. Ele trocou o terno escuro presidencial por trajes militares e, em vídeos e nas redes sociais, disse aos ucranianos que lutaria ao lado deles.

A Ucrânia derrotou a investida russa em direção à capital. Depois que os ucranianos demonstraram que eram capazes de lutar bem, a atitude dos americanos e europeus mudou. O fornecimento de armas aumentou.

"O erro de Putin foi que ele se preparou para um desfile, e não para uma guerra", lembrou uma autoridade de alto escalão ucraniana, falando sob condição de anonimato.

"Ele não pensou que a Ucrânia lutaria. Ele pensou que eles seriam recebidos com discursos e flores."

Em 29 de março de 2022, os russos se retiraram de Kiev. Horas depois de sua partida, dirigimos tensamente pela paisagem caótica e destruída das cidades satélites de Kiev, Irpin, Bucha e Hostomel.

Nas estradas que os russos esperavam usar para uma entrada triunfal em Kiev, vi corpos de civis deixados onde foram mortos. Pneus carbonizados estavam empilhados ao redor de alguns deles, tentativas fracassadas de queimar as evidências de crimes de guerra.

Os sobreviventes contaram sobre a brutalidade dos ocupantes russos. Uma mulher me mostrou a cova onde havia enterrado seu filho sozinha, depois que ele foi morto por um tiro ao atravessar uma rua. Os soldados russos a expulsaram de casa.

No jardim, eles deixaram pilhas de garrafas vazias de vodca, uísque e gim que haviam saqueado e bebido.

Os acampamentos russos abandonados às pressas nas florestas próximas às estradas estavam entulhados de lixo que os soldados haviam descartado durante as semanas de ocupação.

Exércitos profissionais e disciplinados não comem nem dormem ao lado de pilhas apodrecidas do seu próprio lixo.

Três anos depois, a guerra mudou. Embora Kiev tenha se recuperado, ainda recebe alertas noturnos quando suas defesas aéreas detectam a aproximação de mísseis e drones russos.

A guerra está mais próxima e mais mortal ao longo da linha de frente de combate, com mais de 1.000 quilômetros de extensão, que vai da fronteira norte com a Rússia, passando pelo leste e o sul até o Mar Negro. Está repleta de vilas e cidades destruídas, quase desertas.

A leste, no que era o centro industrial de Kiev, em Donetsk e Luhansk, as forças russas avançam lentamente, pagando um alto preço em termos de homens e maquinários.

Em agosto passado, a Ucrânia enviou tropas para a Rússia, capturando um pedaço de território do outro lado da fronteira, em Kursk. Eles ainda estão lá, lutando por terras que Zelensky espera usar como moeda de troca.

Ao longo da fronteira com Kursk, nas florestas cobertas de neve do nordeste da Ucrânia, a tempestade geopolítica desencadeada por Trump ainda não é muito mais do que um estrondo ameaçador e distante.

Ela vai chegar até aqui, especialmente se o presidente dos EUA der sequência a seus duros e debochados ataques verbais contra Zelensky com o fim definitivo da ajuda militar e do compartilhamento de informações de inteligência e, ainda pior do ponto de vista da Ucrânia, com uma tentativa de impor um acordo de paz que favoreça a Rússia.

Por enquanto, o ritmo criado em três anos de guerra continua, e a floresta pode ser um retrocesso ao sangrento século 20.

Os combatentes se movem silenciosamente por entre as árvores, ao longo de trincheiras e em bunkers cavados nas profundezas da terra congelada. Em trechos de terreno aberto, defesas antitanque feitas de concreto e aço cobrem os campos.

O século 21 está mais presente nos bunkers subterrâneos secos e quentes. Geradores e painéis solares alimentam laptops e telas conectadas ao mundo exterior, que trazem as notícias.

O fato de chegarem más notícias não significa que os soldados as levem em consideração. Em um abrigo profundo forrado com beliches feitos de tábuas ásperas da serraria local, com pregos martelados na madeira para pendurar armas e uniformes de inverno, Evhen, um cabo de 30 anos, disse que tinha assuntos mais urgentes em que pensar — seus homens, a esposa e os dois filhos pequenos que deixou em casa quando se alistou, há dez meses.

Isso é muito tempo na linha de frente em Kursk. Ele parece e soa como um veterano de combate. Ele enfrentou os norte-coreanos que foram enviados para participar da batalha na região por Kim Jong-un, aliado de Putin.

"Os coreanos lutam até o fim. Mesmo que ele esteja ferido, e você vá até ele, ele pode simplesmente se explodir para levar mais de nós com ele."

Todos os soldados que entrevistamos pediram para serem chamados pelo primeiro nome para sua própria segurança. Evhen parecia tranquilo quanto a continuar lutando sem os americanos.

"A ajuda não é algo que pode durar para sempre. Nós a temos hoje, não a teremos amanhã."

A Ucrânia, segundo ele, estava fabricando muito mais armas próprias. Isso é verdade, especialmente quando se trata de drones de ataque, mas os EUA ainda fornecem sistemas sofisticados que lesam gravemente os russos.

Muitos dos voluntários que pegaram em armas há três anos foram mortos, mutilados ou estão exaustos demais para continuar lutando. Uma das cisões mais amargas da Ucrânia está entre aqueles que lutam e os que subornam para escapar do serviço militar. Evhen disse que eles estavam em melhor situação sem eles.

"É melhor eles pagarem para não lutar do que vir aqui e fugir, nos atrapalhando. Isso não me incomoda muito. Se eles viessem aqui, simplesmente fugiriam... são desertores."

A guerra elimina o excesso de pensamento. Os riscos são claros para os soldados que estão se preparando para voltar à batalha em Kursk. Mykola, que comanda uma unidade de tropas de assalto aerotransportadas, falou afetuosamente sobre as capacidades de seus veículos blindados Stryker, fornecidos pelos americanos.

"Kursk", diz ele, "mostra ao inimigo, um Estado com armas nucleares, que uma potência não nuclear, com uma população menor e um Exército menor, é capaz de entrar, capturar território, e os russos têm sido capazes de fazer muito pouco a respeito".

Os objetivos de Putin, segundo ele, são claros.

"A missão dele é tomar toda a Ucrânia, mudar seu status legal, e mudar o presidente e o governo. Ele quer destruir nosso sistema político, e fazer da Ucrânia seu Estado vassalo."

Ele riu quando perguntei se os americanos e outras pessoas deveriam confiar em Vladimir Putin.

"Não! Não tenho dedos suficientes para contar quantas vezes Putin mentiu. Para todo mundo! Para os russos, para nós e para os parceiros ocidentais. Ele mentiu para todo mundo."

Em um centro de voluntários em Kiev, nos primeiros dias após a invasão, conheci dois jovens estudantes, Maxsym Lutsyk, de 19 anos, e Dmytro Kisilenko, de 18 anos, que estavam se alistando para lutar.

Quando fizeram uma fila ao lado de homens com idade suficiente para serem seus pais, assim como de outros recrutas adolescentes, eles carregavam equipamentos de acampamento, e poderiam passar por amigos indo a um festival, exceto por seus rifles de assalto.

Na época, escrevi: "Jovens de 18 e 19 anos sempre foram para a guerra. Pensei que na Europa já tivéssemos superado isso".

Algumas semanas depois, Maxsym e Dmytro estavam uniformizados e comandando um posto de controle logo atrás da linha de frente de Kiev, ainda estudantes, fazendo piada sobre seus pais.

Ambos lutaram na batalha de Kiev. Dmytro optou por deixar o Exército, seu direito como estudante voluntário, quando a luta mudou para o leste.

Ele está se preparando para lutar novamente, se necessário, treinando para ser um oficial na Universidade Militar Nacional.

Maxsym permaneceu uniformizado, servindo na linha de frente no leste por mais de dois anos. Agora ele é um oficial que trabalha na inteligência militar.

Mantive contato com eles, pois, assim como milhões de outros jovens daqui, a guerra está moldando suas vidas adultas de maneiras que eles nunca esperaram. O aceno de Trump para Moscou faz com que eles se sintam quase como se tivessem que começar de novo.

"Nós nos mobilizamos", diz Dmytro. "Mobilizamos nossos recursos, nosso pessoal, e acho que é hora de repetirmos isso mais uma vez."

Diferentemente dos homens da floresta na fronteira de Kursk, eles acompanham as notícias.

Os "bombardeios" diplomáticos e estratégicos de Donald Trump, que começaram na conferência de segurança de Munique há apenas 10 dias, fazem com que eles se lembrem do infame acordo que o primeiro-ministro britânico, Neville Chamberlain, fez em Munique em 1938, forçando a Tchecoslováquia a capitular às exigências feitas por Adolf Hitler.

"É semelhante", afirmou Maxsym. "O Ocidente dá a um agressor a oportunidade de ocupar alguns territórios. O Ocidente está fazendo um acordo com o agressor, com os Estados Unidos no papel da Grã-Bretanha."

"É um momento muito perigoso para o mundo inteiro, não apenas para a Ucrânia", acrescentou Maxsym.

"Podemos ver que a Europa está começando a acordar... mas se eles quisessem estar prontos para a guerra, deveriam ter começado há alguns anos."

Dmytro concordou sobre os perigos que estão por vir.

"Acho que Donald Trump quer se tornar um novo Neville Chamberlain... Trump deveria se concentrar mais em se tornar mais parecido com Winston Churchill."

Se você é um empreendedor imobiliário, como Donald Trump era, antes de entrar para o reality show e depois para a política presidencial, a demolição gera dinheiro. Adquira uma propriedade, derrube, reconstrua e ganhe.

O problema com essa estratégia na política externa é que a soberania e a independência não têm preço. Trump se gaba de colocar os EUA em primeiro lugar, mas não está preparado para aceitar que os não americanos possam sentir o mesmo em relação a seus próprios países.

Desde que Trump foi empossado pela segunda vez como presidente dos EUA, ele está balançando a bola de demolição. Ele colocou Elon Musk no governo federal para recuperar bilhões de dólares que ele alega estarem sendo roubados ou desperdiçados.

No exterior, Trump, o homem da demolição, começou a mirar nos pressupostos que servem de alicerce para a aliança de 80 anos entre os EUA e as democracias europeias.

Donald Trump é imprevisível, mas muito do que ele está fazendo já foi falado há anos. Ele não é o primeiro presidente americano a se ressentir da forma como seus aliados europeus economizaram dinheiro ao se protegerem atrás do orçamento de defesa dos EUA.

A frase usada por seu secretário de Defesa, Pete Hegseth, para seus parceiros da Otan, de que "o presidente Trump não vai permitir que ninguém transforme o Tio Sam em Tio Trouxa" foi uma referência consciente ao presidente Dwight D. Eisenhower.

Um documento do governo americano de 4 de novembro de 1959 registra a frustração dele. O texto diz o seguinte: "O presidente disse que há cinco anos vem pedindo ao Departamento de Estado que apresente os fatos da vida aos europeus. Ele acha que os europeus estão perto de 'fazer o Tio Sam de trouxa'".

Trump quer o retorno disso. Ele exigiu meio trilhão de dólares em direitos minerais da Ucrânia. Zelensky recusou o acordo, dizendo que não poderia vender seu país. Ele quer garantias de segurança em troca de qualquer concessão.

Em privado, políticos e diplomatas europeus reconhecem que, com Joe Biden, os EUA deram à Ucrânia apoio militar e financeiro suficiente para não perder para a Rússia, mas nunca o suficiente para vencer. O argumento a favor de mais do mesmo é que a Rússia, enfraquecida pelas sanções e sem recursos humanos à medida que seus generais desperdiçam a vida dos homens em combate, vai acabar perdendo uma guerra de atrito, também conhecida como guerra de exaustão. Isso está longe de ser certo.

As guerras geralmente terminam com acordos. A rendição incondicional da Alemanha em 1945 foi uma raridade.

A queixa contra Trump é que ele não tem um plano real e, por isso, seguiu seu instinto para se aproximar de Putin, um homem que ele admira.

Trump parece acreditar que líderes fortes dos países mais poderosos podem moldar o mundo da forma que desejam. As concessões que Trump já ofereceu a Putin reforçam a ideia de que sua principal prioridade é normalizar as relações com a Rússia.

Um plano com mais credibilidade teria sido incluir uma maneira de fazer com que Putin abandonasse ideias que estão profundamente arraigadas em seu DNA geoestratégico.

Uma das mais fortes é que a soberania da Ucrânia deve acabar, e o controle do país deve ser devolvido ao Kremlin, como era nos tempos soviéticos e, antes disso, no império dos czares da Rússia.

É difícil ver como isso pode acontecer. A ideia é tão improvável quanto a Ucrânia ceder sua independência a Moscou.

A segurança da Europa está sendo virada do avesso pela guerra na Ucrânia. Não é de se admirar que seus líderes estejam tão abalados com tudo o que ouviram e viram neste mês.

O desafio deles é encontrar maneiras de evitar que seus jovens sejam forçados a entrar no inesperado mundo da guerra que envolveu Maxsym Lutsyk, o veterano de combate ucraniano de 22 anos.

"Todos mudaram, e eu mudei. Acho que todos os ucranianos amadureceram durante esses três anos. Todos que entraram para o Exército e todos que lutaram por tanto tempo mudaram drasticamente."

Fonte: correiobraziliense

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