Jair Bolsonaro (PL) negou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tenha interferido em uma investigação envolvendo seu filho mais novo, Jair Renan Bolsonaro. A investigação da Polícia Federal (PF) apurava se o filho do presidente e seu preparador físico, Alan Lucena, estariam intermediando uma reunião entre um empresário do Espírito Santo e o então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL). De acordo com as investigações, o empresário queria ter acesso ao Governo Federal para conseguir recursos públicos e o Jair Renan teria intermediado reuniões em troca de receber um carro no valor de R$ 90 mil. A PF afirmou que a Abin atrapalhou o andamento desta investigação. Um integrante da agência de inteligência foi flagrado em operação e admitiu em depoimento que recebeu a missão de levantar informações sobre o caso para prevenir riscos à imagem do chefe do Poder Executivo Federal. Essa operação da Abin ocorreu no dia 16 de março de 2021, quatro dias depois de Renan Bolsonaro e seu preparador físico se tornarem alvos da investigação da PF. Depois de analisar o caso, a PF afirmou em relatório que a atuação da Abin foi uma interferência nas investigações e destacou que após a operação ser descoberta Alan decidiu devolver o automóvel elétrico que teria sido dado pelo empresário do Espírito Santo.
O presidente da República foi questionado sobre essa suposta interferência da Abin na operação da PF. Bolsonaro afirmou que não tem influência sobre a agência e que ela faz o seu trabalho: “Investiguem, investiguem, meu Deus do céu. Não comparem meus filhos com os filhos do Lula, vocês passaram anos sem falar do filho do Lula. Qualquer filho deve ser investigado. Agora parem de massacrar. Eu não tenho influência na Abin, ela fez o seu trabalho lá. Em nota, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin disse que os envolvidos não são profissionais de inteligência de carreira, mas sim servidores indicados ou cedidos de outros órgãos à época lotados na agência, e que o episódio demonstra mais uma vez a necessidade de a Abin ser dirigida exclusivamente por servidores concursados, tecnicamente capacitados e integrantes da carreira de inteligência de Estado. A entidade ainda reforça o compromisso com o estrito respeito à Constituição Federal e ao ordenamento jurídico vigente. A PF diz não ver crimes na atuação de Jair Renan Bolsonaro e a superintendência da corporação no Distrito Federal encerrou o caso sem indiciar ninguém.
Fonte: jovempan
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