“O câncer não ficou de quarentena”, esse foi o mote da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) na campanha do Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado neste domingo, 27. A ação aconteceu em São Paulo e outros Estados brasileiros simultaneamente com o objetivo de levar informação à população e conscientizar sobre sintomas dos tumores mais comuns no Brasil, além de reforçar a importância da realização de exames. Cerca de 300 mil colonoscopias deixaram de ser realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos dois anos. O exame é fundamental no diagnóstico do câncer colorretal, doença que representa 9% dos tumores malignos no Brasil. Com os dois anos de pandemia, o Instituto Nacional do Câncer atualizou as previsões de novos diagnósticos para o triênio de 2023 e 2024. Antes, a previsão era de cerca de 624 mil novos casos e passou para 704 mil, o que representa um salto de cerca de 80 mil novos casos de câncer a cada ano.
O presidente da SBCO, Héber Salvador, explica como os dois anos de pandemia da Covid-19 aumentaram o risco de câncer nas pessoas. “A gente já tinha uma informação de que a incidência do câncer vinha aumentando no país, em decorrência do envelhecimento da população. Há uma estimativa de que o cãncer se torne a principal causa de morte no Brasil em 2029. E os números que a gente tem visto ano a ano parece que vão confirmar essa estimativa. Aí a gente teve a pandemia…O diagnóstico do câncer, fundamentalmente, precisa ser feito numa fase mais precoce. O quanto mais precoce a doença for diagnosticada, maior as chances de cura. E a gente faz isso com exames de rastreamento, oferecendo acesso à população a exames quando percebem alguma alteração no corpo, que pode ser indicativo da presença de um tumor, e por meio de exames de rastreamento. Se nós entendermos que não dá mais para esperar, que o câncer não entrou em quarentena, que a gente tem que correr atrás desses exames, a gente pode voltar esses números para aqueles que eram estimados anteriormente e evitar a morte de muitas pessoas por câncer”, argumenta.
Salvador ainda chama atenção para a incidência de câncer na população brasileira; “O tumor mais comum, mais incidente, é o câncer de pele. Ele pode ser percebido por sinais na própria pele. A gente tem alguns tipos de tumores, o mais grave deles é o melanoma, que são aquelas pintas escuras, mas eu queria chamar atenção para os outros tumores cuja presença, inclusive, tem maior risco de elevar a chance de mortalidade no país. Na mulher, o câncer mais frequente é o câncer de mama, seguido do câncer de pulmão, câncer de próstata, o câncer de intestino e o câncer de estômago. Eu queria chamar atenção também paro câncer de colo de útero, que é o terceiro mais comum em mulheres e é uma doença completamente passível de prevenção”.
O câncer de colo de útero, por exemplo, também pode ser evitado a vacinação. A contaminação pelo vírus HPV é a principal causa dos cerca de 16 mil casos desse tumor, diagnosticados anualmente. A vacina está disponível no SUS, e a recomendação é de que seja aplicada em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Em 2019, apenas 22% dos meninos e 52% das meninas foram imunizados contra o vírus HPV.
*Com informações da repórter Nanny Cox
Fonte: jovempan
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