22 de Novembro de 2024

Ailton Krenak é o primeiro indígena a tomar posse na Academia Brasileira de Letras


Divulgação/ABL

Ailton Krenak fez história ao se tornar o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL). O escritor tomou posse em uma cerimônia realizada nesta sexta-feira (5) no Rio de Janeiro com a presença de outros imortais como Fernanda Montenegro e Gilberto Gil. Durante o discurso, Krenak destacou a importância simbólica de sua eleição e a virada de página que representa para a academia e os povos originários. “Desde que me convidaram ou me animaram para ocupar essa cadeira número cinco, eu me perguntava: ‘Será que nessa cadeira cabem 300?’. Como dizia Mario de Andrade, eu sou 300. Olha que pretensão. Eu não sou mais do que um, mas eu posso invocar mais do que 300. Nesse caso, 305 povos, que nos últimos 30 anos do nosso país, passaram a ter a disposição de dizer: ‘Estou aqui’. Sou guarani, sou xavante, sou caiapó, sou yanomami, sou terena”, disse Krenak durante a posse. O poeta, filósofo e ambientalista assumiu a Cadeira 5, que pertencia antes ao historiador José Murilo de Carvalho, morto em agosto de 2023.

Eleito com 23 votos em outubro do ano anterior, Krenak superou outros candidatos, como a historiadora Mary Del Priore e o escritor indígena Daniel Munduruku. O autor fez, ainda, menção à escritora Conceição Evaristo, que concorreu a uma vaga na ABL, ressaltando a busca por uma “literatura ancestral”. O escritor foi recebido pela acadêmica Heloísa Teixeira, que enfatizou a relevância histórica do momento. A espada foi entregue por Arnaldo Niskier e o colar por Fernanda Montenegro.

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Também participaram do evento os ministros dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e da Cultura, Margareth Menezes. A comissão de entrada foi formada por Edmar Lisboa Bacha, Joaquim Falcão e Ruy Castro. A comissão de saída por Ana Maria Machado, Geraldo Carneiro e Antônio Torres.

Nascido em Minas Gerais, em 1953, Ailton Krenak se tornou um renomado ativista socioambiental e defensor dos povos indígenas. É autor dos livros “Ideias para adiar o fim do mundo” (2019), “Futuro ancestral” (2022), “A vida não é útil” (2020), entre outras obras publicadas e traduzidas para diversos países. Sua eleição representa um marco na história da academia e na representatividade dos povos originários na literatura brasileira.

Veja vídeo da ABL

Publicada por Carolina Ferreira

*Reportagem produzida com auxílio de IA


Fonte: jovempan

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