22 de Novembro de 2024

Alckmin confirma filiação ao PSB e abre caminho para ser vice de Lula nas eleições


O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou nesta sexta-feira, 18, a sua filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e ficou mais perto de ser o vice na chapa encabeçada por Lula (PT). “O tempo da mudança chegou! Depois de conversar muito e ouvir muito eu decidi caminhar com o Partido Socialista Brasileiro – PSB. O momento exige grandeza política, espírito público e união”, escreveu o ex-tucano em suas redes sociais. Na postagem, Alckmin aproveitou para citar a frase proferida pelo ex-governador Eduardo Campos na véspera do acidente de avião que tirou o vitimou durante a campanha presidencial de 2014: “Não vamos desistir do Brasil”. “A política precisa enxergar as pessoas. Não vamos deixar ninguém para trás. Nosso trabalho para ajudar a construir um país mais justo e pronto para o enfrentamento dos desafios que estão postos está só começando”, afirmou o ex-governador.

A filiação de Alckmin põe fim a um imbróglio que começou ainda no final de 2021. As negociações entre Lula e o ex-governador se iniciaram em novembro do ano passado e se intensificaram na esteira da negociação entre PT e socialistas para a formação de uma federação partidária. Alckmin também foi cortejado pelo Partido Verde (PV) e pelo Solidariedade, mas o PSB sempre foi o preferido dos petistas e era visto por aliados de Alckmin como o “caminho natural” a ser seguido por ele. As legendas, no entanto, esbarraram em impasses na escolha de pré-candidatos ao governo em Estados como Pernambuco e São Paulo e o acordo para uma federação “subiu no telhado”, colocando em cheque a ida do ex-tucano à sigla. Porém, mesmo sem a federação, o PSB assegurou ao PT que apoiará Lula “nacionalmente”, facilitando a vida de Alckmin. Em 7 de março, após uma reunião entre o ex-governador e o PSB, Carlos Siqueira, presidente do partido, deu como certa a filiação do ex-governador à legenda. Alckmin reagiu imediatamente à declaração, afirmando que o martelo ainda não fora batido – que ele queria, na realidade, era ter tempo para agradecer ao PV e ao Solidariedade pelos convites antes de anunciar a sua decisão.

Alckmin deixou o PSDB no final do ano passado, após 33 anos no tucanato – ao longo de sua trajetória, o ex-governador se orgulhava de dizer que teve a ficha de número sete de filiação ao partido que ajudou a fundar. Candidato dos tucanos nas eleições presidenciais de 2018, Alckmin rompeu com o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que encampou o mote “BolsoDoria” no pleito. Ao assumir o Palácio dos Bandeirantes, Doria e seu grupo escantearam o desafeto. A princípio, Alckmin era cotado para disputar a eleição para o governo de São Paulo. O ex-tucano, inclusive, foi o gestor que por mais tempo administrou a máquina paulista desde a redemocratização. Neste cenário, o ex-governador, que liderava as pesquisas de intenção de voto, tinha para se filiar ao PSD, de Gilberto Kassab. Aos poucos, porém, Alckmin se distanciou da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e estreitou laços com Lula, que aparece na liderança de todos os cenários testados para o pleito presidencial.


Fonte: jovempan

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