O apagão global afetou sistemas de computadores em todo o mundo nesta sexta-feira (19) impactou companhias aéreas, hospitais, varejistas e outras empresas. Na quinta-feira (18), clientes da Microsoft na região central dos Estados Unidos foram afetados por uma interrupção em seu sistema de serviço de nuvem, o Azure. Alguns usuários ainda podem não conseguir acessar determinados aplicativos e serviços do Microsoft 365, incluindo a videoconferência do Teams. Na sexta, muitos dispositivos Windows apresentaram problemas envolvendo o CrowdStrike, uma empresa de segurança cibernética. A interrupção foi causada por uma atualização de segurança defeituosa da CrowdStrike. Uma correção atualizada do software foi enviada aos computadores, mas as interrupções provavelmente persistiriam porque não estava claro como consertar os computadores que já haviam sido afetados. As interrupções de serviço indicam como os sistemas de tecnologia podem ser frágeis quando são tão interdependentes. O incidente afetou não apenas as empresas de tecnologia, mas também setores como aviação, saúde e varejo, mostrando a vulnerabilidade de um mundo cada vez mais conectado. “A CrowdStrike está trabalhando ativamente com os clientes afetados por uma falha encontrada em uma atualização de conteúdo dos usuários do Windows (…) não é um incidente de segurança ou um ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi aplicada”, escreveu George Kurtz, CEO da CrowdStrike nas redes sociais X e LinkedIn.
A falha nos sistemas de computadores também impactou diretamente os clientes das companhias aéreas, que enfrentaram dificuldades para realizar check-ins e reservas de voos pelo mundo. Hospitais tiveram que lidar com a interrupção de sistemas essenciais, o que afetou o atendimento aos pacientes. Já os varejistas enfrentaram problemas com o processamento de pagamentos e a gestão de estoques, prejudicando suas operações diárias. A situação ressalta a importância de investimentos em segurança cibernética e na diversificação de sistemas para evitar que uma falha em um único provedor de serviços cause um impacto tão significativo em diversas áreas. A complexidade e interconexão dos sistemas de tecnologia modernos exigem uma abordagem proativa para garantir a resiliência e a continuidade dos negócios em situações de crise.
Na manhã desta sexta, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o apagão cibernético global não atingiu os sistemas da aviação brasileira, que seguem operando em normalidade. Contudo, a Anac diz que monitora a situação e está em contato com os operadores aéreos e aeroportuários para avaliar e minimizar eventuais impactos no setor. “É importante destacar que, em casos de atrasos de voo, cancelamento ou interrupção do serviço, aplicam-se as disposições da Resolução nº 400 da Anac, que trata das condições gerais de transporte aéreo”, diz a agência em nota. Pela RES 400, quando um voo sofre atrasos acima de 30 minutos ou é cancelado, a empresa aérea deve cumprir uma série de procedimentos, incluindo manter o passageiro informado sobre remarcação de horário e, de acordo com o tempo de espera, assistência material. O Grupo Latam diz, em comunicado, que a operação não havia registrado impactos diante da queda massiva de sistemas globalmente. Porém, recomenda a seus passageiros que verifiquem o status dos voos como medida de precaução. O Ministério dos Transportes informou na manhã desta sexta-feira, 19, que o apagão cibernético afetou o sistema de manifestos de cargas de ferrovias da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mas a situação está normalizada. O impacto foi pontual e não atingiu usuários de rodovias. Segundo a Agência, a equipe responsável restabeleceu integralmente todas as ligações e sistemas, que agora operam normalmente. “Foi pontual, durou pouco tempo, pois as equipes de TI restabeleceram todas as ligações e sistemas”, disse o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro. O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) diz que o apagão cibernético global ocorrido nesta madrugada impactou, de forma parcial, sistemas de check-in de algumas companhias aéreas. “Isto tem provocado alguns atrasos pontuais em voos, mas sem impactos na operação de pousos e decolagens até o momento no Brasil”, informa o ministério em nota. Por outro lado, o MPor destaca que o apagão não afetou o controle de tráfego aéreo do País. Mais tarde, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou que a instabilidade apresentada pelo sistema global de segurança cibernética não afeta a operação das companhias associadas no Brasil nesta sexta-feira, 19. A operação segue regularmente, segundo a entidade.
Ao menos quatro aplicativos de bancos brasileiros apresentam falhas na manhã desta sexta, dia em que um apagão cibernético global tem afetado as operações de instituições no exterior, bem como de sistemas de transporte e de outros setores da economia. Ainda não se sabe se as falhas nos bancos do País têm relação com este evento. Relatos compilados pela plataforma Downdetector, que reúne notificações de usuários, dão conta de problemas no acesso dos aplicativos do Bradesco e de sua marca digital Next, do Banco Pan e do Neon. As notificações ganharam tração após às 6h (de Brasília), horário em que os relatos sobre o apagão global começaram. O Bradesco informou que seus canais digitais foram afetados pelo apagão, condição que também se estende ao Next, marca digital do conglomerado. Os terminais físicos de autoatendimento seguem em funcionamento. O Banco do Brasil e o Itaú Unibanco informaram que seus canais digitais seguem funcionando normalmente. Outros bancos brasileiros enfrentam instabilidade nos canais de autoatendimento diante de um apagão cibernético global, que também afeta outros setores da economia. A B3 informou, na abertura do pregão, que “nenhum de seus serviços e plataformas de operação foi afetado pela falha técnica que atingiu diversos setores globalmente”. A companhia, assim, reforça que os “sistemas continuam operando e aptos para pleno funcionamento do mercado”. O Banco Central informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que todos os seus sistemas estão “funcionando normalmente”. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o apagão cibernético global “não trouxe impactos para as atividades da empresa e nem para a operação do Sistema Interligado Nacional”. Em nota, a instituição que coordena e controla a operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica em todo o SIN disse que sua infraestrutura computacional não está diretamente sujeita ao evento já que o incidente foi causado por um produto que não é utilizado pela instituição. “As equipes do operador seguem monitorando os reflexos e impactos do ocorrido”, completou o órgão setorial.
Publicado por Heverton Nascimento
Fonte: jovempan
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