Apiece realiza desde feijoada até vaquinha online para sobreviver

Feijoada solidária, leilão beneficente e até vaquinha online são alguns exemplos das várias ações promovidas pela Associação de Pais para Integração Social e Escolar da Criança Especial (Apiece) para garantir a sobrevivência da instituição, conhecida pela prestação de serviços sociais a pessoas com deficiência há 35 anos em Bauru. Conforme o JC noticiou, a entidade perdeu cerca de 60% da verba mensal - equivalente a R$ 52 mil - após não se classificar, em novembro do ano passado, no chamamento público anual das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) da Secretaria de Bem-Estar Social (Sebes) para receber recursos em 2022.

Desde a perda do convênio, os atendimentos dos cerca de 140 alunos estão sendo mantidos com muita dificuldade. Porém, a esperança de manter financeiramente a entidade renasceu diante do novo chamamento público divulgado pela Sebes nesta terça-feira (8). O edital busca instituição que executará serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência e suas famílias. O resultado preliminar será divulgado em 12 de abril e o definitivo, em 3 de maio.

"Vamos participar do chamamento e, se tivermos sucesso desta vez, a verba será suficiente não só para garantir a sobrevivência da Apiece, mas também o atendimento dos alunos e suas famílias, e os empregos dos funcionários. Porém, até o resultado, temos muita luta pela frente para manter todas as atividades", detalha o presidente da entidade, Airton Antônio da Silva, que conta com o apoio da diretora da instituição, Catarina Carvalho.

O convênio que existia com a Sebes até o final do ano passado custeava, principalmente, o Serviço de Proteção Social Especial Para Pessoas Com Deficiência, Idosos e Suas Famílias (Seid), responsável por ofertar aos usuários opções de entretenimento em método inclusivo e assistência social.

Já o ensino a pessoas com deficiência, também oferecido pela instituição, continua sendo mantido com verba repassada pela Secretaria da Educação, que representa cerca de 30% das despesas mensais. Os outros 10% eram relacionados a ações extras, como venda de pizzas e feijoadas.

ESFORÇOS

Diante das dificuldades atuais, a Apiece intensificou essas ações solidárias para arrecadar recursos e pagar as contas. Na tarde desta terça-feira (8), por exemplo, representantes da associação participaram de um leilão, no Leilão Leley, de seis cabeças de gado doadas por pecuaristas da região. "Aqui, esperamos obter R$ 15 mil, o que nos ajudará muito", celebra o presidente.

Também para obter aporte financeiro, está prevista, para o próximo dia 26, uma feijoada solidária em formato drive thru na sede da entidade (leia mais ao lado), além de uma vaquinha online que aceita doações a partir de R$ 1,00 (https://nova.kickante.com.br/crowdfunding/tudo-e-todos-pela-apiece-bauru).

"Toda a matéria prima [da feijoada] foi doada pelo Tauste Supermercados, que também colaborou com 100 cestas básicas, bem como o Sindicato Rural, que nos doou 32 cestas básicas. O Sesc, por meio do Mesa Brasil, também nos doa itens de hortifrúti toda semana. Em janeiro, recebemos repasse de R$ 100 mil encaminhados pelo deputado federal Rodrigo Agostinho. É muito trabalho em prol da Apiece. Mesmo com dificuldades, estamos conseguindo manter os serviços", completa o presidente Airton Antônio da Silva.