O governo do presidente Jair Bolsonaro entrou na mira de mais um pedido de CPI no Congresso Nacional. Depois de mais de um mês de apagão de dados do Ministério da Saúde, lideranças do PT passaram a coletar assinaturas para instalar uma comissão para apurar eventual falha da gestão federal. O movimento é capitaneado pela presidente nacional da sigla, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), e pelo líder da legenda na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG). “O Brasil precisa saber quem foram os responsáveis pelo apagão de dados e se as informações sobre vacinação, internações e indicadores de gestão foram comprometidas. Nós do PT queremos uma CPI para investigar o apagão no Ministério da Saúde”, escreveu Lopes em seu perfil do Twitter. Para que o colegiado seja instalado, são necessárias 171 assinaturas, além do aval do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a quem caberia ler o requerimento de abertura de investigação.
No dia 10 de dezembro, o Ministério da Saúde sofreu um ataque hacker que comprometeu alguns sistemas da pasta, como o ConecteSUS, responsável, entre outras coisas, pela emissão do comprovante nacional de vacinação contra a Covid-19, o e-SUS Notifica e o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), por exemplo. A invasão cibernética também afeta a atualização de boletins diários sobre a situação epidemiológica da doença no país. Em meio ao avanço da variante Ômicron no Brasil, Estados e municípios enfrentam dificuldades para atualizar os dados referentes aos casos e mortes. No requerimento de criação da CPI, os petistas afirmam que “sem os dados dos estados que não estão conseguindo acessar os sistemas de notificação do governo federal, pesquisadores ficam impossibilitados de estimar a taxa de transmissão do vírus, calcular com precisão as médias móveis de casos e mortes e acompanhar a evolução da Covid-19”. O documento também traz a avaliação de um especialista do Instituto de Biologia da USP e do Observatório Covid-19 BR, Paulo Inácio Prado, para quem o país está em um “voo cego”. “Estamos em um voo cego, e isso é gravíssimo porque a gente teve, ou está tendo ainda, um surto de influenza. Se a gente não souber quanto desses casos são Covid-19, como que a gente coordena ações?”, questiona o especialista.
Fonte: jovempan
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