A ministra Daniela Caneiro vai continuar no cargo no Ministério do Turismo. A informação foi confirmada ao site da Jovem Pan pelo Palácio do Planalto. A definição acontece após reunião da deputada federal licenciada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira, 13. A manutenção da ministra no primeiro escalão do governo representa o fim de um dilema envolvendo um dos partidos que compõem seu quadro ministerial: o União Brasil. Como o site da Jovem Pan mostrou, Lula enfrentava pressão para substituir a escolhida por um nome mais alinhado com a bancada da Câmara dos Deputados. No caso, o do deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA). O movimento visa garantir a Lula maior apoio da legenda para as próximas votações de interesse do Planalto na Casa, como a reforma tributária, e consolidar – quase seis meses após o início do governo – uma base sólida. Por outro lado, a escolha de Carneiro para a pasta integra a cota pessoal de indicações do petista para os ministérios e recebia apoio do diretório fluminense do Partido dos Trabalhadores, que rechaça a troca.
Carneiro foi convocada para o encontro no Palácio do Alvorada, que também contou com a presença do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável articulação política do governo, e de Waguinho (Republicanos), atual prefeito de Belford Roxo (RJ) e marido de Daniela. A deputada licenciada – assim como o marido – carregam como trunfo a gratidão do presidente por campanha em Belford Roxo durante as eleições de 2022. Daniela e Waguinho foram importantes cabos eleitorais de Lula na Baixada Fluminense, reduto dominado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – dentro do PT, há quem diga que a vitória de Lula no segundo turno passe necessariamente pela movimentação do casal. Por isso, lideranças fluminenses defendem a permanência da ministra como estratégia de articulação política no reduto bolsonarista, chegando a divulgar um comunicado falando em “parceira da construção política” no Estado.
Por outro lado, o União Brasil exige mudança na pasta em troca de apoio no Congresso Nacional. O presidente nacional da legenda, Luciano Bivar (União Brasil-PE), também já defendeu publicamente a indicação de Sabino. Nas palavras de Bivar, Sabino goza de “grande prestígio” e é “bem credenciado” para representar o partido na Esplanada. “Nesse sentido, damos apoio a Celso Sabino sim. Agora, quem faz a mudança é o governo, nós não somos o governo”, disse o cacique à Jovem Pan News. Além do Turismo, em troca de apoio, o União Brasil também mira a chefia da Embratur, hoje comandada pelo ex-deputado Marcelo Freixo (PT), e o cargo de Nísia Trindade, no Ministério da Saúde. A legenda também comanda a pasta das Comunicações e da Integração e Desenvolvimento Regional.
Fonte: jovempan
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