O fim da atual temporada de premiações do cinema mundial acontece neste domingo, 12, com a cerimônia do Oscar 2023. O evento será realizado no Dolby Theathre, em Los Angeles, nos Estados Unidos, a partir das 22h (horário de Brasília). Ao todo, serão distribuídos 23 prêmios, e o longa Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo deve abocanhar alguns — desponta como grande favorito da noite. Além de reconhecer os melhores filmes do ano, a cerimônia tenta corrigir os erros recentes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, evitar polêmicas e alavancar a audiência, que registrou os piores índices da história em 2021. No ano passado, os números melhoraram, mas não pelo motivo que a Academia gostaria. O tapa de Will Smith em Chris Rock devido a uma piada sobre o cabelo de Jada Pinkett Smith, esposa do astro de “King Richard”, atraiu os olhares do público, mas manchou a 94ª cerimônia do Oscar. O barulho provocado pelo golpe de Smith ressoa até hoje e certamente provocará efeitos no evento desta noite.
O apresentador do Oscar 2023 será Jimmy Kimmel, que já comandou a cerimônia em 2017 e 2018. Sua escolha representa um retorno à tradição de apenas um único “host”. Em 2019, 2020 e 2021, os organizadores optaram por um formato sem um mestre de cerimônias. No ano passado, Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes dividiram a função. A ideia da Academia é que a figura de um anfitrião conhecido do público engaje a audiência. Kimmel não é nome muito conhecido do público brasileiro, mas os americanos o adoram. Lá, ele faz sucesso com seu talk-show Jimmy Kimmel Live!. “É muito importante ter um apresentador que saiba como lidar com a televisão ao vivo e com o público ao vivo”, observou Bill Kramer, CEO da Academia. Enquanto Kimmel comandará a cerimônia, um grupo de grandes estrelas do cinema irá apresentar os prêmios. Entre eles estão Antonio Banderas, Jessica Chastain, Andrew Garfield, Danai Gurira, Florence Pugh, Nicole Kidman, Samuel L Jackson e Michael B. Jordan.
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As últimas edições do Oscar foram marcadas por problemas e polêmicas na cerimônia. O papelão mais famoso é o de 2017, quando os envelopes foram invertidos e La La Land – Cantando Estações acabou anunciado como melhor filme. Na verdade, o vencedor era Moonlight. Aquela edição também teve Jan Chapman, que estava viva, homenageada durante o “In Memoriam”, um quadro do Oscar para personalidades que já morreram. Durante a cerimônia de 2021, a Academia polemizou ao inverter a ordem dos prêmios e anunciar o Oscar de melhor filme antes das categorias de atuação. Para completar, Antony Hopkins, que venceu o prêmio naquele ano, não estava presente na cerimônia e, consequentemente, não discursou. Já em 2022, o Oscar ficou marcado pelo tapa de Will Smith em Chris Rock, que abriu uma ferida na Academia. Para este ano, foi criado um comitê anticrise (leia abaixo). No entanto, o apresentador Jimmy Kimmel admite que o assunto lhe aflige. “Um zilhão de coisas foram ditas sobre isso, mas eu tenho que espremer apenas mais algumas gotas do limão. Acho que tenho uma opinião que ninguém ouviu ainda. Não vamos insistir nisso, mas certamente será abordado”, disse o “host” do Oscar 2023. “É claro que não quero fazer todo o monólogo sobre este assunto, mas seria ridículo não mencioná-lo”.
Depois do tapa de Will Smith em Chris Rock na última edição do Oscar, a Academia resolveu se precaver e criou um comitê de crise para solucionar problemas que possam acontecer durante a premiação. A criação foi confirmada por Bill Kramer, à revista Time. Não foram divulgadas quantas pessoas fazem parte da equipe de resposta nem quem será o responsável por coordenar o grupo. A ideia é evitar a demora que manchou a reputação da maior premiação cinematográfica do planeta. “Tenho certeza de que todos se lembram, vivemos um evento sem precedentes no Oscar. O que aconteceu no palco foi totalmente inaceitável, e a resposta de nossa organização foi inadequada. Aprendemos com isso que a Academia deve ser totalmente transparente e responsável em suas ações, particularmente em tempos de crise. Devemos agir com rapidez, compaixão e decisão por nós mesmos e por nossa indústria. Você deve e pode esperar nada menos de nós daqui para frente”, disse Janet Yang, presidente da Academia.
Um ano após Smith estapear o rival, supostamente para defender a honra de sua esposa — uma piada de Rock sobre a careca de Jada Pinkett, que tem alopécia, motivou o desentendimento —, o episódio ainda mexe com o mundo de entretenimento. Ainda mais depois de Chris decidir abrir o coração em um show stand up transmitido ao vivo pela Netflix no último sábado, 4, a oito dias do Oscar. O comediante lembrou do relacionamento extraconjugal de Jada. “Todo mundo o chamou de c**ão e em quem ele bate? Em mim”, disse Chris Rock. Ao menos os envolvidos não irão se encontrar. Smith foi excluído da Academia e suspenso das cerimônias do Oscar por dez anos. Chris Rock também não deverá comparecer ao Dolby Theathre.
Seguindo a tradição dos últimos anos, os artistas indicados ao prêmio de melhor canção original irão se apresentar na cerimônia. Uma das performances mais aguardadas é a de Rihanna, concorrente à estatueta com a música Lift Me Up, de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre. Também apresentarão as canções indicadas Diane Warren e Sofia Carson (Applause, de Tell it Like a Woman), David Byrne, Stephanie Hsu e Son Lux (This is a Life, de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) e Rahul Sipligunj e Kaala Bhairava (Naatu Naatu, de RRR – Revolta, Rebelião e Revolução). O roqueiro Lenny Kravitz fará uma perfomance ao vivo durante o “In Memoriam”. No entanto, Lady Gaga deixará um vazio na 95ª cerimônia do Oscar. Indicada ao prêmio por Hold My Hand, de Top Gun: Maverick, a diva pop não estará em Los Angeles devido a um conflito de agenda. “Temos um ótimo relacionamento com Gaga e sua equipe, mas ela está no meio das filmagens. E aqui estamos honrando a indústria cinematográfica e o que é necessário para fazer um filme”, disse Glenn Weiss, produtor do Oscar. “Não parecia que ela conseguiria uma apresentação do calibre com o qual estamos acostumados, com o qual ela está acostumada… Então, ela não vai se apresentar. Do nosso ponto de vista, entendermos completamente que fazer um filme é prioridade neste negócio, especialmente quando estamos honrando filmes.”
A estimativa é de que 15,3 milhões de pessoas viram a cerimônia do Oscar 2022 apenas nos EUA, o que mostra um aumento em relação a 2021, no ápice da pandemia, quando somente 9,85 milhões de telespectadores foram contabilizados. Em ambos os casos, foi notada uma queda acentuada em relação a 2020. No ápice do sucesso de “Parasita”, o Oscar atingiu 23,6 milhões de telespectadores. No entanto, este número também foi considerado baixo pelos organizadores. A expectativa é que neste ano, com a volta de um “host” fixo e outros itens pedidos pelo público (como maior reconhecimento a filmes populares), a audiência aumente.
Fonte: jovempan
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