A mobilização dos moradores do Jardim Araruna, iniciada em outubro deste ano, contra a construção de marginais da rodovia Marechal Rondon (SP 300), repercutida pelo Jornal da Cidade, levou à mudança do projeto original, conforme confirmado pela concessionária ViaRondon e Secretaria de Planejamento (Seplan) na semana passada. Porém, de acordo com o representante dos moradores, o projeto que vai evitar a construção da via marginal no bairro não foi apresentado à população do local, conforme havia sido definido em reunião realizada na Secretaria de Planejamento (Seplan), segundo moradores.
Para resolver o impasse, iniciado com a manifestação contra a obra, a concessionária apresentou um projeto à Prefeitura de Bauru, na semana retrasada. O projeto substitui o plano anterior e será enviado para aprovação da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). O projeto foi aprovado durante encontro entre o diretor-presidente da ViaRondon, Fábio Abritta, o secretário de Planejamento, Nilson Ghirardello; o secretário de Obras, Leandro Joaquim, técnicos e profissionais das secretarias e da concessionária, mas sem a participação dos moradores do Jardim Araruna ou do advogado Edilson Marciano, segundo afirmou ao JC o próprio advogado.
Pelo novo projeto, o fluxo de veículos que seria direcionado para a rua Severino Dantas de Souza será mantido na rodovia. "Sem qualquer alteração, conservando sua situação de via local. Ressalve-se que o fluxo que se direcionaria à marginal inicialmente projetada voltará a principal rodovia", segundo documento emitido como parte do processo administrativo que foi instaurado pela prefeitura para apurar o problema.
Com a mudança na proposta inicial, a concessionária realizará obras no viaduto da avenida Nuno de Assis, que terá sua extensão ampliada, desafogando o congestionamento que ocorre no entroncamento.
Além de resolver o problema do trânsito, sem afetar a vida dos moradores, a obra representa uma solução mais urbana, na avaliação do secretário Ghirardello. "O acesso a bairros como Santa Luzia, Beija Flor, Mary Dota, Chapadão e outros que ficam na região será muito melhor. Então, urbanisticamente, a segunda proposta é melhor. Vai haver uma conquista para a cidade com o alongamento do trevo, porque vai dar fluidez em um local com grandes problemas", avaliou.
NÃO CONSULTADOS
O questionamento dos moradores começou em outubro, quando tiveram acesso ao projeto e confirmaram que a rua seria transformada em via marginal, o que geraria o corte de dezenas de árvores, a maioria delas com mais de 40 anos de idade.
Uma reunião no dia 17 de outubro, no Centro Comunitário do bairro, reuniu dezenas de pessoas que ingressariam com uma ação popular coletiva contra a ViaRondon, para impedir a instalação da marginal. Além do dano ambiental, foi considerada a segurança, já que grande parte das famílias é composta por idosos e crianças, e o impacto econômico que as mudanças causariam ao comércio do local.
A ação não foi instaurada, segundo o advogado, após acordo entre a prefeitura, concessionária e os moradores de que seria apresentada uma alternativa. "Houve a promessa de que os moradores seriam incluídos para a apresentação, mas eles não foram consultados. Novamente, não teve consulta popular. Ficamos esperando de boa fé que nos chamassem e agora a gente não sabe se o projeto é bom ou ruim", lamentou.
O advogado afirmou que consultará os moradores quanto à possibilidade de dar andamento à ação judicial, já que o acordo foi desrespeitado. "Se o projeto não atender ao interesse, pode acontecer", afirmou.
Fonte: jcnet
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