22 de Novembro de 2024

Arthur Virgílio manda recado a Leite e Doria: ‘Quem perder, precisará apoiar o vencedor das prévias’


Neste domingo, 21, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) realiza, pela primeira vez, as suas prévias eleitorais, com o objetivo de definir por voto o pré-candidato oficial da legenda à presidência da República em 2022. Concorrem ao posto os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, além do ex-prefeito de Manaus e ex-senador Arthur Virgílio. Em entrevista à Jovem Pan, Virgílio, que não é favorito para o pleito, comentou o atual contexto de divisão do partido, que tem os apoiadores de Doria de um lado e os de Leite do outro. De acordo com o amazonense, a possibilidade de reorganização da legenda em torno de uma única candidatura reside no candidato derrotado apoiar o vencedor: “Os líderes [Doria e Leite] prometeram solenemente, em programa de televisão [debate realizado na última quarta-feira], se manter no PSDB e apoiar o candidato vencedor das prévias. Aquele que não cumprir, se desmoraliza. Eles se comprometeram comigo e com o povo do país a cumprir esse compromisso”, comentou Virgílio. O ex-senador falou também sobre o processo eleitoral e suas contribuições, além dos caminhos que visualiza para o futuro do PSDB e governo do Brasil.

Durante o último debate, Virgílio demonstrou preocupação com o racha interno da legenda e utilizou seu tempo para questionar Doria e Leite sobre o apoio ao vencedor das prévias. Ele confia que isso fará com que deputados, prefeitos e outros membros e militantes do partido sigam o mesmo caminho. Entretanto, a divisão do PSDB passa por outras questões. Em caso de vitória de João Doria, ele deverá indicar ao governo do Estado de São Paulo o seu atual vice, Rodrigo Garcia, o que contraria a vontade de Geraldo Alckmin de concorrer ao posto. Por sua vez, o ex-governador paulista, liderança importante da sigla, já vem flertando com outras possibilidades políticas, como se mudar para o Partido Social Democrático (PSD) para disputar o Estado ou ser vice de Lula na corrida pela presidência da República. Para Virgílio, a situação demonstra que Alckmin vai na contramão do PSDB neste momento. “O Alckmin, para mim, comete um erro capital ao sair do partido por estar contrariado com o governador Doria. Ou faz o que ele quer ou o partido não serve. Ele se gabava muito de ser o sétimo nome que assinou a ficha de filiação ao PSDB, no entanto, na hora de alguém dizer ‘não’, ele mostrou um caráter muito mimado“, destacou.

“Ele queria que o Doria não lançasse o vice dele ao governo. Isso é um problema de São Paulo. Mas o que acontece é o seguinte: por que ele teria que lançar uma pessoa para ser governador pela quinta vez? Eu vejo muitas pessoas do PSDB falsamente elogiando o Alckmin, endeusando uma pessoa que não merece. Ele é uma pessoa que era muito criticada dentro do partido. Eu não tenho duas caras. Não tenho boa impressão do Alckmin. Ele não me seduz com aquela voz mansa, aquela conversa dele. Ele quer ser governador pela quinta vez. O que ele quer? Uma oligarquia alckmista, num país que tem que se livrar de oligarquias?”, questionou o ex-senador.


Fonte: jovempan

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