A segunda noite da Convenção Democrata nesta terça-feira (20) foi finalizada com chave de ouro. Isso porque milhares de eleitores norte-americanos puderam ouvir discursos do ex-presidente dos EUA, Barack Obama e da ex-primeira dama do país, Michelle Obama. Saindo em defesa de que Kamala Harris é a líder capaz de guiar o país para um futuro mais próspero e inclusivo, Barack exaltou o trabalho de Kamala, que se projeta para seguir seu legado ao tentar ser a primeira mulher negra no cargo de presidência da nação, mas alertou sobre uma luta difícil pela frente. Não é a primeira vez que Obama desempenha papel fundamental no manejo de possíveis futuros candidatos à Casa Branca. O ex-presidente abriu seu discurso exaltando o legado do atual presidente americano, Joe Biden, com quem já havia trabalhado em seu mandato.
“Posso dizer sem dúvida que minha primeira grande decisão como indicado acabou sendo uma das minhas melhores, e foi pedir a Joe Biden para servir ao meu lado como vice-presidente”, declarou Obama, afirmando que tornou-se “irmão” de Biden. “A história se lembrará de Joe Biden como um presidente extraordinário que defendeu a democracia em um momento de grande perigo.” Elogios foram replicados para Kamala, a quem Obama descreveu como uma figura pronta para ser líder. “A América está pronta para um novo capítulo”, disse o ex-presidente ao iniciar seu discurso. “Nesta nova economia, precisamos de um presidente que realmente se importe com os milhões de pessoas em todo o país que acordam todos os dias para fazer o trabalho essencial, muitas vezes ingrato, de cuidar dos nossos doentes, limpar nossas ruas e entregar nossos pacotes — e defender seu direito de negociar melhores salários e condições de trabalho”, disse. “Kamala será essa presidente.”
Enquanto discursava, Obama recebia como resposta do público, gritando em coro: “Sim, ela pode”, uma referência ao slogan usado em sua campanha de 2008. Ao traçar o cenário das eleições, Obama pregou a união nacional e apontou Donald Trump como figura divisiva, fazendo eco ao discurso da convenção de 2016, quando passou o bastão para Hillary Clinton, que seria derrotada pelo republicano. “Donald Trump quer que pensemos que este país está irremediavelmente dividido entre nós e eles”, disse. “E ele quer que você pense que ficará mais rico e seguro se apenas der a ele o poder de colocar essas outras pessoas de volta em seus lugares. É um dos truques mais antigos da política. De um cara cujo ato, sejamos sinceros, ficou bem obsoleto”, declarou Obama, que em seguida afirmou que os Estados Unidos não precisam de mais quatro anos de “arrogância, trapalhadas e caos”.
Para concluir, Obama afirmou que “a tocha foi passada e cabe a todos nós lutar pela América que queremos. E não se enganem, vai ter luta”, disse Obama, que assim como sua esposa, Michelle, foi firme ao tentar moderar as expectativas do Partido Democrata após semanas que tiveram um semblante de energia renovada com a nomeação de Kamala. O ex-presidente americano convocou democratas a convencerem “o maior número possívle de pessoas” a votarem. A fala do ex-presidente americano foi precedida por um discurso de sua esposa, Michelle Obama, que descreveu Kamala como “uma das pessoas mais qualificadas de todos os tempos” a concorrer para a Casa Branca.
“E ela é uma das mais dignas — uma homenagem à mãe dela, à minha mãe e provavelmente à sua mãe também”, disse a ex-primeira dama, ao conectar a história de sua mãe, Marian Robinson, que faleceu no dia 31 de maio aos 86 anos, com a de mãe de Kamala. “Kamala Harris e eu construímos nossas vidas nesses mesmos valores fundamentais. Embora nossas mães tenham crescido em um oceano de distância, elas compartilhavam a mesma crença na promessa deste país”, disse Michelle. A ex-primeira dama ainda abordou o racismo de frente, fazendo uma referência direta a um comentário que Donald Trump fez sobre imigrantes ilegais aceitando “empregos de negros”. “Quem vai dizer a ele que o emprego que ele está procurando atualmente pode ser um desses empregos de negros?”, questionou Michelle, provocando gritos entre a plateia.
*Com informações do Estadão
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: jovempan
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