Após as recentes polêmicas envolvendo cachês de artistas pagos com dinheiro público ao redor do país, a Prefeitura de São Paulo publicou no Diário Oficial da última terça-feira (24) os cachês que serão pagos para cantores e bandas que participarão da Virada Cultural 2022.
O show mais caro será o do grupo Barões da Pisadinha, que receberá cerca de R$ 300 mil para a apresentação do domingo (29), em São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo.
A cantora Glória Groove se apresentará no sábado (28), em Itaquera, também na Zona Leste, e receberá R$ 250 mil pelo show.
Na lista da prefeitura também aparecem as cantoras Ludmilla e Luísa Sonza, que receberão, respectivamente, R$ 222 mil e R$ 200 mil pela presença no evento, que vai acontecer neste final de semana em oito regiões diferentes da capital paulista.
Os valores investidos individualmente pela Prefeitura de São Paulo na Virada Cultural deste ano estão abaixo do R$ 1,2 milhão que foi pago pela Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na região central de Minas Gerais, por um show do cantor Gusttavo Lima.
Gusttavo Lima virou alvo de críticas nas redes sociais ao endossar comentários de outro sertanejo, Zé Neto, da dupla com Cristiano, que se gabou dizendo que cantadores sertanejos não usam a Lei Rouanet para realizar shows Brasil afora. Os dois sertanejos são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que costuma ter um discurso crítico à lei de incentivo à Cultura.
Após as críticas, internautas criaram uma corrente para denunciar shows de sertanejos pagos pelas prefeituras de cidades pequenas e descobriu-se que Zé Neto e Cristiano chegaram a receber R$ 400 mil da prefeitura da cidade de Sorriso, em Mato Grosso, para a realização de um show na cidade.
O próprio Gusttavo Lima receberá outros R$ 800 mil para se apresentar em São Luiz, uma cidade de 8 mil habitantes no interior de Roraima.
James Batista (SD), prefeito da cidade, contratou o cantor para se apresentar na 24ª edição da tradicional vaquejada da cidade, e a apresentação virou alvo de investigação do Ministério Público do estado.
Ao g1, Batista justificou que o preço alto pelo show se deve a uma suposta "ousadia" do grupo político dele: "São Luiz é diferente, nosso grupo é diferente, a ousadia é algo que tá no nosso DNA", afirmou.
O prefeito também disse que a intenção do município é "atrair o estado de Roraima inteiro" para a festa na cidade, que fica a 310 quilômetros da capital Boa Vista.
Após a polêmica, Gusttavo Lima disse na quinta-feira (26) que "não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas".
Fonte: G1
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