22 de Novembro de 2024

Bia Kicis rebate acusação de racismo em inquérito do STF: ‘Inversão dos direitos individuais’


Nesta quinta-feira, 18, o programa Morning Show, da Jovem Pan, recebeu a deputada federal Bia Kicis (PSLDF). Acusada de racismo em publicação nas redes sociais, a parlamentar disse ter se surpreendido com o inquérito encaminhado ao STF por Humberto Jacques, da PGR, por conta de sua imunidade parlamentar. “A gente está vivendo uma inversão total das garantias de direitos individuais, porque as pessoas têm direito de expressão. Você não pode sequer ter humor, isso é algo muito trágico. Não falo nem de liberdade de expressão, mas de imunidade parlamentar. Aquilo é uma disputa política, não fui eu quem fiz o desenho. Eu nem sabia que existia isso de blackface, eu comecei a receber no Whatsapp esses posts, juntei os dois e postei. Tentar transformar isso num crime de racismo é algo sério, as pessoas têm que ter cuidado”, afirmou. Na postagem, publicada originalmente em 2019, Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta apareciam em montagens com os rostos pintados e perucas de cabelo crespo, com legendas em alusão ao programa de trainees para negros no Magazine Luiza. 

A parlamentar afirmou não se considerar uma pessoa racista e defendeu o seu trabalho ao lado de Silvio Avelino, ex-atleta negro, na CCJ. “Quando um jornal de Brasília publicou que eu tinha feito uma postagem racista eu tomei um susto, quase caí para trás, primeiro porque o racismo não habita na minha alma, espírito e mente. Basta ver a pessoa que eu escolhi pra ser o secretário geral da CCJ, alguém que eu admiro e respeito, o Silvio Avelino”, desabafou. Para ela, a atitude trata-se de uma ação grave e oportunista. “Você pode não concordar, não achar graça na piada, é o seu direito concordar ou discordar. Fui a terceira parlamentar mais bem votada do Distrito Federal. Eu estou sendo investigada por manifestar minha opinião, que é amparada pela imunidade parlamentar. É gravíssimo, isso me preocupa, acho que é oportunismo.”

Kicis ainda opinou sobre as acusações de interferência do governo no Exame Nacional do Ensino Médio, após fala onde o presidente Jair Bolsonaro diz que as provas aplicadas nos próximos dias 21 e 28 teriam ‘a cara do governo’. “As perguntas de teor ideológico jamais deveriam ter habitado o Enem, é para medir conhecimento, não para medir linguagem de travesti. Eu sei que não é tão fácil mudar, mas o que sei é que existem empresas contratadas com antecedência e o governo não consegue mudar com a agilidade que a gente gostaria. O Enem ‘a cara do governo’ seria um exame transparente, nem para a direita e nem para a esquerda. Sem doutrinação e sem ideologia, nós queremos matemática, ciências, português, geografia e história.”

Confira na íntegra a entrevista com Bia Kicis:


Fonte: jovempan

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