O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apoiou nesta quarta-feira, 18, durante uma visita a Israel, a versão do país que as milícias são responsáveis pelo bombardeio de um hospital de Gaza que deixou centenas de mortos, uma tragédia que aumentou ainda mais a tensão no conflito entre o Estado hebreu e o movimento islâmico Hamas. Os países árabes atribuem o bombardeio de terça-feira à noite a Israel, que ataca sem trégua a Faixa de Gaza desde o início da guerra, desencadeada em 7 de outubro por uma ofensiva do Hamas em seu território que deixou mais de 1.400 mortos e quase 200 reféns sequestrados. Biden, no entanto, apoiou a versão das autoridades israelenses, que acusam a Jihad Islâmica, outro grupo armado palestino, pelo bombardeio. “Com base no que eu vi, parece que [a explosão] foi causada pelo outro lado, não por vocês”, disse Biden ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. “Mas há muitas pessoas por aí que não têm certeza [sobre a autoria do disparo]. Israel tem um conjunto de valores semelhantes aos dos EUA e de outras democracias, e eles estão olhando para o que vamos fazer.”
A Jihad Islâmica negou envolvimento no ataque e acusou Israel de mentir. O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, também culpa as tropas israelenses. Um balanço atualizado divulgado pelo ministério da Saúde do Hamas afirma que pelo menos 471 pessoas morreram no bombardeio do hospital Ahli Arab, que fica no centro de Gaza. A comunidade internacional condenou de maneira unânime o bombardeio e manifestações foram registradas em Teerã, Amã, Istambul, Túnis e Beirute. Israel afirma ter “evidências” da responsabilidade do grupo palestino Jihad Islâmica no bombardeio. “As evidências, que compartilhamos com todos vocês, confirmam que a explosão em um hospital de Gaza foi provocada pelo lançamento de um foguete da Jihad Islâmica que falhou”, afirmou o porta-voz militar Daniel Hagari em uma entrevista coletiva. “A análise profissional é baseada em dados de inteligência, sistemas operacionais e imagens aéreas”, acrescentou. Além de vídeos, o governo de Netanyahu uma escuta com suposta conversa de membros do Hamas admitindo que o míssil partiu do grupo aliado.
Analistas acreditam que, durante a visita a Israel, o presidente dos Estados Unidos tentará negociar a entrada de ajuda humanitária de emergência em Gaza, onde, segundo o Hamas, pelo menos 3.478 pessoas morreram nos bombardeios israelenses. Os ataques também deixaram 12.065 feridos, segundo a mesma fonte. Não está claro se o número inclui as centenas de vítimas causadas pelo bombardeio de um hospital em Gaza. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira sanções contra uma dezena de “membros-chave do Hamas”, agentes ou pessoas envolvidas no financiamento do grupo islamita palestino. “Os Estados Unidos estão tomando medidas rápidas e decisivas para atingir os financiadores e facilitadores do Hamas, após o massacre brutal e injusto de civis israelenses, incluindo crianças”, disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen.
A passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, permanece fechada, e centenas de caminhões com ajuda humanitária aguardam a autorização para entrar no território palestino, onde os 2,4 milhões de habitantes estão ficando sem água e alimentos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a situação na Faixa de Gaza, sem energia elétrica e cercada por Israel desde 9 de outubro, “está ficando incontrolável”.
*Com informações da AFP
Fonte: jovempan
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