O presidente Jair Bolsonaro (PL) culpou as medidas de isolamento social para conter a pandemia da Covid-19, adotadas sobretudo por governadores, pela disparada da inflação em 2021, levando o índice a fechar o ano passado em 10,06%, o pior desde 2015. “A política do fica em casa e a economia a gente vê depois, vocês estão vendo aí a economia. Apoiou e, agora, quer me culpar da inflação”, comentou o presidente. Reiterando um argumento do próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Bolsonaro disse ainda que há disparada de preços é um fenômeno global: “Agora, o Brasil é um dos países que menos tá sofrendo na economia. Apesar de ser duro para o povo, eu sei disso, perdendo poder aquisitivo”.
O gerente do IPCA, índice do IBGE, que mede a inflação oficial, Pedro Kislanov, afirmou que o aumento de custos, sobretudo dos combustíveis, contribuiu para o avanço do indicador no ano passado. O economista ainda ressaltou a alta expressiva do preço dos automóveis em 2021. “Em muitos casos faltavam peças, um encarecimento do preço dos insumos. Às vezes faltava até carro para entregar nas concessionárias. E a gente teve uma alta superior a 16% dos automóveis novos e 15% de automóveis usados em 2021. Então, esse é um fator que pode continuar pressionando também em 2022”, afirma.
Para o economista André Perfeito, a perspectiva para este ano é de uma desaceleração nos preços. Com a inflação fechando em torno de 5%, novamente acima da meta do Banco Central. “Isso é um problema também para o Banco Central, porque a gente vai ter aí os cumprimentos de, outra vez, a meta, que esse ano é de 5%. Então, se estourar o teto de novo, imagina o Banco Central, independente, estourando a meta duas vezes, na sequência. Por isso mesmo, eu acho que o Banco Central vai ser bastante vigilante”, pontua.
Fonte: jovempan
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