Aconteceu neste sábado, 24, o segundo debate entre os candidatos à presidência da República na TV, promovido pelo SBT, em parceria com CNN, Veja, O Estado de S. Paulo, Nova Brasil FM e Terra. Sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que justificou sua ausência citando compromissos de campanha antecipadamente agendados, o novo debate foi marcado por troca de farpas entre os concorrentes. O embate eleitoral teve o presidente Jair Bolsonaro (PL) como principal alvo das críticas. Logo na primeira pergunta aberta, a senadora Simone Tebet (MDB) questionou o mandatário sobre cortes nas merendas escolares e nas creches, citando desrespeito às mulheres e falando em falta de prioridade. “Você é um péssimo exemplo. Mente em cadeia nacional, não trabalha e só anda de jet ski. Por isso disse que o brasileiro não passa fome”, exaltou a parlamentar. Em resposta, Bolsonaro afirmou que o Orçamento da União é feito “a quatro mãos”, sendo também responsabilidade do Parlamento. “A senhora vai ter a chance de pegar esse Orçamento e redistribuir para todos os ministérios. É fácil e simples. A responsabilidade de governar é do Executivo e do Legislativo, somos irmãos nesse processo”, rebateu Bolsonaro, que também falou em falsas acusações de ataques às mulheres.
“Falo alguns palavrões, mas não sou ladrão, não defendo ladrão por baixo dos panos”, afirmou o presidente, em menção a Lula. Apesar de não estar no debate, petista foi diversas vezes citado durante falas de seus adversários, especialmente em falas sobre corrupção e pela campanha de voto útil – chamada de “tática do Partido dos Trabalhadores” por Ciro Gomes (PDT). “O que Lula e Bolsonaro querem é que você vote por ódio. Eu quero que você vote por esperança”, disse o ex-ministro, ao se negar em responder se deve apoiar o ex-presidente em um segundo turno. “[Lula] está com salto alto, o que desrespeita outros candidatos e o povo. Mas ele não veio mesmo porque não tem como explicar as promessas e as denúncias de corrupção”, afirmou o pedetista, falando em soberba do adversário. Além de Ciro, a ausência de Lula também foi criticada por outros concorrentes. A senadora Soraya Thronicke (União Brasil), por sua vez, comparou o ex-presidente a um candidato em processo seletivo. “Você contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego? Esse é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou. Já Simone Tebet questionou como os eleitores poderiam “dar um cheque em branco” ou “votar no escuro” em um concorrente “covarde” e que não apresenta suas propostas. “Quem é esse candidato que está vindo aí? Quem se recusa a vir debater de forma democrática?”, questionou.
Estreante no debate, o candidato Padre Kelmon (PTB), que substituiu a candidatura de Roberto Jefferson, começou falando sobre perseguição de religiosos na Nicarágua, após pergunta de Bolsonaro, e virou meme nas redes sociais por suas frases de efeito. “É por conta de padres como esse tal de Kelmon que os bares estão cheios”, escreveu uma internauta, no Twitter. O candidato também foi chamado de “padre falso” pela Igreja Ortodoxa não reconhecer o sacerdote. “O padre Kelmon é uma piada tão grande que é padre de igreja nenhuma”, afirmou outra seguidora nas redes sociais. Outros momentos do debate incluíram “jogo” do “O que é, o que é” feito por Soraya, quando questionou a Luiz Felipe D’Ávila (Novo) o que – ou quem – seria aquele que “não compra vacina para Covid-19, mas distribuiu próteses penianas”, em clara indireta ao presidente Jair Bolsonaro. Em outra fala, durante direito de resposta, a candidata afirmou que o presidente não deve “cutucar a onça com a sua vara curta”, repetindo frase do primeiro debate, quando disse que o mandatário era tchutchuca com os homens e tigrão contra as mulheres. Em contrapartida, o chefe do Executivo acusou a senadora de ter sido uma “estelionatária pela ocasião das eleições”, em 2018, quando foi eleita como “senadora de Bolsonaro”.
Fonte: jovempan
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.