A reformulação proposta por Vanderlei Luxemburgo no Corinthians provou-se mais uma vez uma árdua missão. As limitações corintianas foram expostas com clareza nesta quinta-feira, no Engenhão, onde o organizado Botafogo massacrou o time paulista para alegrar a torcida carioca com uma vitória por 3 a 0, em jogo da quinta rodada do Campeonato Brasileiro. Com isso, foi encerrado um tabu que durava desde 2019, última vez que os botafoguenses haviam vencido o duelo. O resultado dominante mantém a equipe comandada por Luís Castro como única com 100% de aproveitamento, com 15 pontos, e a coloca de volta na liderança, provisoriamente tomada pelo Palmeiras na quarta-feira. Para os corintianos, resta uma dura realidade, à porta da zona de rebaixamento.
O time ainda não venceu sob o comando de Luxemburgo e está em 16º lugar, primeira posição fora da degola, com quatro pontos. O Corinthians viajou para o Rio sem o zagueiro paraguaio Balbuena, o atacante Junior Moraes, o volante colombiano Cantillo e o lateral-direito português Rafael Ramos, todos por opção técnica de Luxemburgo. Balbuena e Rafael Ramos ficaram no banco na segunda-feira, contra o Fortaleza, enquanto Cantillo e Junior Moraes já haviam ficado de fora, mesmo caso de Du Queiroz, negociado com o Zenit, da Rússia.
Em busca de uma solução para o meio de campo corintiano, o treinador promoveu Maycon ao time titular, diante da ausência de Fausto Vera, suspenso. Roni e Matheus Araújo foram mantidos. No ataque, apostou no retorno de Yuri Alberto, que encerrou um jejum de dez jogos sem gol no empate com o Fortaleza na rodada passada. Depois de ter demonstrado uma ligeira evolução na criação de jogadas ofensivas no último jogo, o Corinthians pareceu ter regredido no Engenhão. Fora um cabeceio perigoso de Róger Guedes nos primeiros minutos, a produção ofensiva foi quase nula. O trabalho longevo e sólido de Luís Castro logo se impôs diante da colcha de retalhos de Vanderlei Luxemburgo.
Aos 11 minutos, o Botafogo abriu o placar com um gol de Tiquinho Soares, no rebote, após Cuesta acertar o travessão após o cabeceio, em mais um lance que deixou muito clara a fragilidade defensiva do time paulista nas bolas aéreas. Após o gol, o Corinthians se viu totalmente dominado. Desorganizado, correu riscos na defesa e pouco fez no ataque. Nem mesmo Róger Guedes, habitual solução para momentos mais dramáticos, conseguia concluir suas jogadas com qualidade.
O segundo tempo foi novamente de superioridade botafoguense. Luxemburgo tentou fazer mudanças, seja apostando em Wesley, um dos garotos da base selecionados por ele, ou em Giuliano, alvo de críticas da torcida, mas nenhum movimento foi o suficiente para provocar uma nova postura no Corinthians, cada vez mais submisso ao jogo do adversário. A situação piorou aos 18 minutos, quando Tiquinho Soares converteu pênalti marcado após falta de Cássio derrubar Júnior Santos dentro da área. Completamente à vontade em campo, o time carioca ainda articulou uma linda troca de passes para marcar o terceiro gol com Eduardo, aos 36 minutos.
BOTAFOGO 3 X 0 CORINTHIANS
BOTAFOGO – Lucas Perri; Di Placido, Adryelson, Victor Cuesta e Marçal; Marlon Freitas (Janderson), Gabriel Pires (Tchê Tchê) e Duardo; Júnior Santos (Luis Henrique), Tiquinho Soares (Lucas Fernandes) e Victor Sá (Segovia). Técnico: Luís Castro.
CORINTHIANS – Cássio; Fagner, Gil, Murillo e Fábio Santos (Bruno Méndez); Roni, Maycon (Chrystian Barletta) e Matheus Araújo (Giuliano); Adson (Wesley), Yuri Alberto e Róger Guedes. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
GOLS – Tiquinho Soares, aos 11 minutos do primeiro tempo. Tiquinho Soares, aos 18, e Eduardo, aos 36 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Anderson Daronco (Fifa/RS).
CARTÕES AMARELOS – Gil, Victor Cuesta e Fábio Santos
RENDA – R$ 1.189.130,00
PÚBLICO – 22.388
LOCAL – Engenhão, no Rio (RJ).
*Com informações de Estadão Conteúdo