A Nicarágua anunciou a expulsão do embaixador brasileiro Breno Souza da Costa. O Itamaraty recebeu apenas nesta quarta-feira (7) a notificação oficial sobre a decisão, mas a medida não pegou o governo brasileiro de surpresa — já havia sido dado um alerta há duas semanas sobre a possibilidade de tal ação. A razão para a expulsão está relacionada à ausência do embaixador na comemoração do aniversário da Revolução Sandinista, que ocorreu em 19 de julho. Essa data é significativa, pois marca a queda da ditadura de Anastasio Somoza em 1979. O Brasil optou por não enviar um representante para o evento, o que gerou descontentamento por parte do governo nicaraguense. O governo Lula avalia nesta quinta (8) uma resposta. A relação entre os dois países já estava deteriorada após a Nicarágua não atender a um pedido do Brasil para libertar o bispo Rolando José Álvarez, crítico do governo local.
Atualmente, Breno Souza da Costa permanece em Manágua e tem um prazo de 15 dias para deixar o território nicaraguense. A Nicarágua é amplamente reconhecida como um dos regimes mais autoritários da América Latina, sob a liderança de Daniel Ortega, que está no poder desde 2007. O governo de Ortega é marcado por uma forte repressão a manifestações, censura à mídia e controle sobre o sistema judiciário. A situação política no país centro-americano tem gerado preocupações internacionais, especialmente em relação aos direitos humanos e à liberdade de expressão. A expulsão do embaixador brasileiro pode ser vista como um reflexo das tensões entre o governo nicaraguense e a comunidade internacional, que frequentemente critica suas práticas autoritárias.
Publicada por Felipe Cerqueira
Fonte: jovempan
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