Brasil e mais 16 nações, incluindo os Estados Unidos, países europeus e da América Latina lançaram, nesta quinta-feira (6), uma declaração conjunta sobre a Faixa de Gaza e expressaram seu apoio à iniciativa para a Faixa de Gaza do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e instaram Israel e o grupo islâmico palestino Hamas a aceitá-la. A declaração foi lançada pelo governo britânico e nela está escrito que um acordo para o cessar-fogo e a libertação dos reféns abrirá oportunidades para uma paz duradoura mais resiliente, uma solução de dois Estados e a reconstrução do enclave palestino. “Como líderes de países profundamente preocupados com os reféns detidos pelo Hamas em Gaza, incluindo muitos dos nossos próprios cidadãos, apoiamos totalmente o movimento rumo a um acordo para o cessar-fogo e a libertação dos reféns (…) conforme delineado pelo presidente Biden em 31 de maio”, disse o comunicado. “Exortamos o Hamas a fechar esse acordo, com o qual Israel está pronto para avançar, e iniciar o processo de libertação de nossos cidadãos”, acrescentam.
Os países envolvidos na declaração apelam aos líderes de Israel, bem como ao Hamas, para que façam quaisquer compromissos finais necessários para fechar esse acordo e trazer alívio às famílias de nossos reféns, bem como àqueles de ambos os lados desse terrível conflito, incluindo as populações civis. “É hora de pôr fim à guerra, e esse acordo é o ponto de partida necessário”, diz a declaração. As nações envolvidas neste comunicado são: Estados Unidos, Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia, Espanha, Tailândia e Reino Unido. Essa foi uma rara concordância entre líderes de esquerda, como os presidentes do Brasil e da Colômbia, que condenaram as ações do Exército israelense em Gaza, e de direita, como o da Argentina, um aliado de Israel. A Tailândia, país envolvido no comunicado, teve quase 30 cidadãos sequestrados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro contra o território israelense.
A proposta a qual as nações se referem foi apresentada por Joe Biden na semana passa. Como mostrou a Jovem Pan, o plano seria aplicado em três partes, que inclui um cessar-fogo e a libertação dos reféns em poder do Hamas. Segundo o líder norte-americano, o Israel está disposto a avançar o e o grupo palestino estaria sendo ‘o único obstáculo’. Saiba como funcionará, caso aprovado, os elementos-chave do “plano integral”, que Biden chamou de “mapa do caminho para um cessar-fogo duradouro”, após mais de oito meses de conflito.
Segundo o Biden, a primeira fase inclui “um cessar-fogo total e completo” de seis semanas, com a retirada das forças israelenses “de todas as áreas povoadas da Faixa de Gaza”. O Hamas libertaria “vários reféns” capturados nos ataques de 7 de outubro contra Israel, incluindo mulheres, idosos e feridos. Os restos mortais de alguns reféns assassinados também seriam devolvidos. Os reféns americanos em poder do Hamas também seriam libertados, em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos. Os civis palestinos seriam autorizados a retornar para seus lares na Faixa de Gaza, inclusive no norte, após meses de bombardeios.
A ajuda humanitária “aumentaria” para 600 caminhões diários, enquanto a comunidade internacional forneceria centenas de milhares de abrigos temporários e unidades habitacionais. Durante a fase inicial de seis semanas, Israel e o Hamas “negociariam os acordos necessários para alcançar a fase dois, que é o fim permanente das hostilidades”. O cessar-fogo também se ampliaria.
Na segunda fase, que duraria mais seis semanas, as forças israelenses procederiam com uma retirada total da Faixa de Gaza. O Hamas libertaria “todos os reféns restantes”, incluindo soldados israelenses do sexo masculino. Esse foi um ponto crítico para o grupo islamista no passado. Se ambas as partes cumprirem o acordo, isso levará ao “fim das hostilidades de forma permanente”, ressaltou Biden.
Poderia ter início um grande plano de reconstrução e estabilização da Faixa de Gaza, apoiado pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional. Escolas, hospitais e residências, entre outros prédios, seriam reconstruídos. Biden disse que trabalhará com parceiros regionais para garantir que isso seja feito de forma que “não permita o rearmamento do Hamas”. A fase de reconstrução pode levar de três a cinco anos, segundo uma autoridade americana. Os restos mortais dos reféns assassinados seriam devolvidos na terceira fase.
*Com agências internacionais
Fonte: jovempan
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