O Atlas da Violência 2023, publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que o Brasil pode ter um aumento de 5.152 homicídios nos registros de 2021. Essa estimativa é baseada no índice de mortes violentas cujas causas não foram definidas e poderia impactar o total de assassinatos no país. Mesmo com esse acréscimo, a queda geral de homicídios nos últimos anos não seria revertida, mas projetaria um país com 52.999 mortes. De acordo com os dados do Atlas, as maiores taxas de homicídios ocultos a cada 100 mil habitantes estão em São Paulo (5,1), Roraima (3,5) e Ceará (3,1). Os Estados do Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais, juntamente com São Paulo, são responsáveis por 72,5% das 49.413 mortes ocultas estimadas em todo o país no período de 2011 a 2021. No Brasil, as mortes violentas podem ser classificadas como assassinatos, agressões, mortes por intervenção de agentes do Estado, suicídios ou acidentes. Quando não é possível identificar a intenção, elas são classificadas como MVCI (Mortes Violentas por Causa Indeterminada). É a partir dessa categoria que o Atlas calcula os homicídios ocultos. Os dados utilizados na publicação são coletados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinam), ambos do Ministério da Saúde. Em 2021, foram registrados 13.843 casos de MVCI. O aumento dessas mortes indica uma perda de qualidade dos dados ou a dificuldade de analisar as causas da violência letal no país. Mesmo com a projeção de homicídios ocultos, as estatísticas seguem a tendência de queda de homicídios no país, como indicado em outros estudos, como o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No entanto, a taxa de homicídios registrada pelo Atlas para 2021, de 22,4 mortes a cada 100 mil habitantes, ficou acima da verificada em 2019. A incerteza nos dados pode ocasionar em cálculos incorretos, podendo causar erros nas políticas para lidar com essa questão, conforme apontou o estudo.
Fonte: jovempan
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