Em encontro com o Sergey Lavrov, chanceler russo, Mauro Vieira, ministro das relações exteriores do Brasil, falou sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato na Ucrânia, além de voltar a pauta a formação de um grupo de países amigos para tentar a mediação. Essa possibilidade, lançada em fevereiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é bem vista por Lavrov, contudo não foi discutida em profundidade pelo ministro russo nesta segunda-feira, 17, durante o encontro entre as autoridades em Brasília. Por outro lado, o ministro nas relações exteriores da Rússia, falou sobre a necessidade de uma solução duradoura para o conflito que se aproximada do 14º mês. “Precisamos resolver o conflito de forma duradoura, não de maneira imediata, mas os países da Otan e do Ocidente não cumpriram os compromissos assumidos no início deste século”, afirmou Lavrov no Palácio Itamaraty, em uma aparente referência aos acordos de Minsk, de 2014. O russo agradeceu Vieira pela rejeição do Brasil às sanções comerciais aplicadas à Rússia por vários países após a invasão da Ucrânia e alegou que elas são resultados de uma “decisão ilegal”, pois não haviam sido aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A respeito dessas sanções, Vieira enfatizou a tradição da diplomacia brasileira de apoiá-las somente quando elas têm o apoio do Conselho de Segurança da ONU, e acrescentou que, neste caso e na atual situação global, “elas tiveram um impacto em toda a economia global, que ainda não está se recuperando da pandemia” da covid-19. A visita ao Brasil é a primeira de uma agenda de compromissos de Lavrov na América Latina, que inclui reuniões em Venezuela, Cuba e Nicarágua, países que mantêm intensas relações econômicas e políticas com a Rússia. Após o encontro com Vieira, Lavrov se encontrará com Lula. Em frente ao Itamaraty, logo após a chegada de Lavrov, três mulheres protestavam contra a guerra na Ucrânia e a presença do ministro russo no Brasil. “Não aos acordos com a Rússia imperialista”, “Rússia fora da Ucrânia” e “Lavrov fora do Brasil”, diziam os cartazes que elas exibiam.
*Com informações da EFE