As próximas décadas serão marcadas por um expressivo crescimento de energias renováveis. Os países que não se adequarem a essa nova realidade perderão cada vez mais terreno na economia global. O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, destaca um novo direcionamento voltado à descarbonização e acrescenta que o Brasil tem tudo para largar na frente nesse novo panorama. “Não existe nenhum país no mundo com potencial de energia renovável em preços competitivos como é o Brasil. Nenhum. Então, se você for pegar uma energia solar, uma energia eólica, mesmo uma energia hidrelétrica e colocar no mundo hoje para ser explorado, ela vai sair sempre mais cara do que sai a brasileira”, diz Wilson. A diversificação é um ponto-chave nas pretensões do país para expandir a sua matriz energética. O que os investidores têm buscado são projetos sustentáveis. A percepção é de que não há mais espaço para implantações que agridam o meio ambiente.
O diretor-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso, enumera as diversas áreas a serem exploradas. ”Novos combustíveis avançados, entre eles o SAF, que é Sustainable Aviation Fuels, uma alternativa para substituir querosene de aviação por um biocombustível. HVO, ou diesel verde, diesel renovável, que vem por um processo principalmente de hidrogenação de óleos vegetais. A gente está falando de novos biocombustíveis como o Biobanker para substituto de combustível marítimo. E, obviamente, a gente precisa falar daquele que talvez é a menina dos olhos do setor de energia, que é hidrogênio verde”, destaca Alonso. Outro tipo de energia sustentável é a palma de óleo. O presidente da Brasil Biofuels, Milton Stigl, fala sobre uma nova perspectiva com a recuperação de potenciais áreas de produção. “Se nós recuperássemos todos esses 31 milhões de hectares que estão dentro do zoneamento agrícola da palma, com a palma, nós produziríamos por ano, em litros, mais do que a Petrobras retirou do pré-sal o ano passado. O palma de óleo dá mais ou menos de 5 a 8 toneladas de óleo por hectare. Seriam quase 240 bilhões de litros nesse universo que está no Brasil, gerando emprego numa região que hoje é carente de novos empregos e trazendo uma riqueza imensa para o Brasil. É uma grande oportunidade”, avalia Stigl.
Já o presidente do Fórum Nacional Sucro Energético, André Rocha, assinala que é preciso dar fim às distorções. “Primeiro, teria que ser do poço à roda e do berço ao túmulo. Como foi dito aqui pelo Milton, tem sentido você levar um litro de diesel para abastecer uma termoelétrica na Amazônia e consumir dois litros para levar esse litro? Quer dizer, é um negócio maluco. Então, como é que você pode falar da mesma questão com relação ao carro, você tendo que, para fabricar uma bateria, pegando lá o cobalto, o lítio e tudo mais, você gastar muito mais CO2 do que estaria emitindo?”, diz Rocha. O Ministério de Minas e Energia deve responder por uma fatia de 590 bilhões de reais em 165 projetos do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento do Governo, sendo grande parte voltada a energias renováveis.
Fonte: jovempan
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